sábado, 10 de maio de 2025

Natação - Treinos e provas


Dando seguimento à séria série de minhas experiências no Triathlon, agora vem a parte da natação.
 
Treinos
 
Bom, treinos para provas de Short, Olímpico, Long Distance e IronMan são, obviamente, totalmente diferentes.
 
Vou até abreviar um pouco, para não me tornar repetitivo (mais do que já sou).
 
Penso que todos que frequentam este Blog já sabem a diferença entre essas distâncias e seus respectivos treinos.
 
Então...
 
·    Provas curtas, treinos de velocidade.
 
·    Provas médias, treinos de velocidade e resistência.
 
·    Provas de Long Distance, treinos de velocidade e mais resistência.
 
·    Provas de Ironman, treinos de resistência e também de velocidade, dependendo dos seus níveis em natação e nas demais modalidades que virão a seguir (ciclismo e corrida).
 
 
Partindo logo para as minhas experiências...
 
 
Treinos para Shorts (750m)
 
É coração na boca.
Tiros de 25, 50, 100, 200 e 400m.
O importante é ganhar velocidade para uma prova curta.
Beleza.
 
Só queria ganhar velocidade, achando que fazendo isso iria ganhar de todos e de tudo.
 
Treinei que nem um louco, até bater minha cabeça na parede, num tiro de 25m, em uma piscina semi-olímpica.
 
Pensei que ficaria paraplégico.
Amorteceu tudo da cintura pra baixo.
Graças a Deus, poucos minutos depois, voltou tudo ao normal, inclusive eu... kkk
 
 
Treinos para Olímpicos (1.500m)
 
Daí já não eram mais apenas treinos de velocidade.
Eram também de resistência.
 
Nessa época, estava treinando no CT da UNIMONTE, numa piscina de 50m maravilhosa (que hoje é o estacionamento de um atacarejo), junto com Triathletas e nadadores profissionais (Shyro, Galindez, Poliana, Fabinho Carvalho, entre muitos outros).
 
Eu, querendo acompanhá-los... kkk... só dando risada mesmo.
Saía da piscina que nem um bêbado, tonto (mais ainda), sem nem saber pra onde era o vestiário.
 
Mas, evoluí muito por observá-los.
Inclusive, era o que eu mais conseguia fazer: observá-los.
 
 
Treinos para Long Distance (1.900m)
 
Não mudou muita coisa.
Até mesmo porque a distância de natação não é tão maior com relação aos Olímpicos.
 
 
Treinos para Iroman (3.800m)
 
Daí o bagulho fica punk mesmo.
 
Treinar 4.000m em piscina de 25m (sim, porque as piscinas de 50m tinham sido quase extintas) é do caraio.
 
Treinar resistência para poder sair da etapa de natação numa prova de Ironman e estar bem disposto para as próximas etapas, temos que ter muita força de vontade.
 
Numa piscina de 25m, que é uma boa piscina para treinos, tentar fazer 4.000m sem parar, equivale a 80 voltas (ida e volta), ou 160 piscinas.
Haja ladrilhos pra gente contar.
 
E sou muito metódico com números.
Então ficava contando, obsessivamente, cada piscina, cada volta completa, etc.
 
Ainda assim, chega uma hora em que a gente se perde.
Já não sabia se estava na 70ª ou na 71ª volta.
Sempre preferi "roubar" para menos e não para mais.
Devo ter dado mais voltas na piscina do que deveria.
Mas, não me arrependo.
 
 
Navegação
 
É imprescindível que tenhamos uma navegação de razoável para boa, para não ficarmos perdidos durante o percurso em águas abertas.
 
Portanto, é necessário treinar navegação, uma vez que, de tempos em tempos, teremos que erguer a cabeça e olhar para frente para manter a direção.
 
Juro que já vi atletas habituados a treinar apenas em piscina e sem se preocupar com a navegação (afinal, em piscinas existe a "raia" desenhada no fundo) nadando praticamente em círculos.
 
Isso acontece mais com quem nada respirando apenas para um lado (unilateral) e não tem noção de navegação em águas abertas.
 
Meu conselho
 
Mesmo em piscina, treine algumas séries de nado "polo" (com a cabeça para fora, olhando para frente).
 
Melhor ainda se, junto com o polo, treinar nado bilateral, ou seja, respirando para os 2 lados.
 
Isso irá equilibrar seu direcionamento, evitando muitas correções de rota.
Pode ser 3x1, 3x2, 3x3, 3x4, 3x5, etc.
 
 
Provas
 
Short: 750m
 
Em minhas primeiras provas, não tive muita dificuldade, a não ser me adaptar a nadar junto com um "cardume" de atletas distribuindo tapas, chutes e tentativas de afogamento pra tudo que é lado.
 
Olímpico: 1.500m
 
Depois que migrei para a distância Olímpica, fiz algumas cagadas.
 
Por outro lado, pude aplicar alguns aprendizados com relação a nadar junto com o "cardume" de atletas.
 
Passei a optar por não largar no meio do bolo.
 
No caso de provas no mar (como moro em Santos e tenho afinidade com ele, o mar), entrava antes da prova, dava uma aquecida nadando e aproveitava para analisar correnteza, temperatura da água, etc.
 
Com essas informações, na hora da largada escolhia o melhor posicionamento, de um lado ou do outro do "cardume", e traçava meu melhor percurso para fazer uma natação o mais limpa possível.
 
Ainda assim, em algumas provas (como na raia olímpica da USP, onde a largada é feita com os atletas já dentro d'água), essa estratégia de largada fica meio prejudicada.
 
Lembro de uma cagada que fiz em uma dessas provas:
 
USP – água doce – mais pesada – gelada.
 
Pensei que largando muito forte me livraria do "congestionamento" e faria uma natação limpa, além de melhorar meu tempo.
 
Só que nunca treinei isso.
Ao contrário, minhas melhores performances sempre ocorreram começando leve e aumentando o ritmo aos poucos.
 
Resultado: larguei dando um tiro de quase 100m e "afoguei".
 
Demorei muito pra "desafogar" e tentar pegar meu ritmo novamente.
 
 
Long Distance: 1.900m
 
Praticamente a mesma estratégia dos Olímpicos.
 
Ainda assim, também por querer fazer algo inusitado, me ferrei em uma das provas na Base Aérea de Pirassununga, onde a água também é doce e pesada, porém não é gelada.
 
Lá, a largada não é de dentro d'água e também não é longe dela.
É na margem da lagoa.
Um barranco.
É esperar quem está à frente ir mergulhando, até chegar a sua vez.
 
Eu estava bem treinado.
Fiz o aquecimento etc.
Vi o Fabinho Carvalho (atleta profissional) se posicionando para a largada e veio a "idéia de jerico" na minha cabeça.
 
"Já sei. Vou me posicionar atrás dele, praticamente colado.
Assim que ele mergulhar, vou atrás e faço uns 50m nadando na "esteira" (é o vácuo da natação) sem fazer muita força.
E me livro do cardume."
 
E assim foi.
Não contavam com a minha astúcia.
E eu não contava com a minha burrice.
 
Mergulhei tão perto dele que, na primeira pernada que ele ou algum outro atleta na minha frente deu, tomei um chute na boca do estômago que me deixou sem ar.
 
Bebi água, me engasguei, tossi, vomitei e tive que sair pro lado, pra não ser atropelado pelos que vinham atrás.
 
Maior prejuízo.
 
Pensei pela primeira vez em desistir de uma prova.
Demorei muito para me recuperar.
Acabei fazendo as 2 voltas de 950m cada, só na base da raiva.
Saí da lagoa entre os últimos e as últimas.
 
Não sei como consegui fazer um pedal e uma corrida bem razoáveis e, para minha surpresa, ainda belisquei um trofeuzinho.
 
 
Ironman: 3.800m
 
Meu maior erro foi em minha estréia nessa distância.
Meu primeiro Ironman, sem a menor noção de como faria essa prova.
Meu único objetivo era completá-la antes das 17 horas de prova (à meia noite).
 
Chegando próximo do horário da largada (07:00h), clima frio, meio mundo fazendo aquecimento dentro do mar em Jurerê (SC).
 
Eu com aquele frio na barriga, ansioso, enfim...
 
Nem a pau que eu vou gastar energia me aquecendo dentro do mar, até porque, como já disse, meu único objetivo era terminar a prova e, de preferência, bem de saúde e com algumas calorias ainda no corpo... rsrsrs
 
Também não vou sofrer 2 vezes entrando no mar frio.
 
Achava que todos os outros 1.999 atletas, que iriam largar junto comigo, nadariam bem melhor que eu.
Talvez tenha passado pela minha cabeça que eu seria o único estreante.
 
Logo, por que eu iria me estressar com posicionamento na largada?
 
Decidi que eu seria o último a entrar no mar.
E assim foi.
 
Caso alguém tenha uma imagem aérea dessa largada, em 2.009, verá um ser humano entrando no mar vários metros atrás dos outros 1.999 atletas.
Esse ser sou eu.
 
Bom...
Uns 200m à frente, mesmo nadando bem tranquilo, eu estava me embolando com o rabo do "cardume".
E assim foi até o final da primeira perna de natação.
 
Ao final dessa perna, temos que sair do mar, correr uma certa distância pela areia e retornar ao mar.
Daí, já dá pra nos posicionarmos corretamente.
 
Perdi mais tempo e energia nessa 1ª perna, do que se houvesse largado com a mesma estratégia à qual estava habituado.
 
Aliás, voltei a usar minha estratégia nos outros 6 Ironman que completei e não passei mais perrengues.
 
 
É isso, pessoal.
Espero ajudar alguém, com algumas destas dicas e relatos das minhas experiências.
 
Bons treinos e boas provas a todos.
 
3AV
Marco Cyrino
 
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sábado, 19 de abril de 2025

Treinos de corrida


Assim como no post anterior, no qual relatei meu primeiro "capote" em treinos de bike, vou contar agora minhas experiências e conselhos para treinos de corrida.
 
Essa modalidade em que, aparentemente, não temos nenhuma dificuldade para treinar.
SQN... 
No linguajar internético, esta sigla significa "Só Que Não".
Ainda estou me adaptando às siglas.
 
Bóra lá então?
 
Correr é a coisa mais fácil de treinar.
Basta ter um tempo, coragem, vontade, um tênis apropriado e pronto.
SQN (agora vocês já sabem. rsrsrs)
 
  • Onde?
  • Quando?
  • Onde (novamente)?
  • Quando (novamente)?
 
Tudo vai depender do quanto você precisará treinar em relação à sua prova alvo.
Estou falando sobre provas de Triathlon, tá?
 
 
Condições e dificuldades.
 
Se for para um Short Triathlon, cuja corrida é de 5 km, fica um pouco mais fácil em relação à distância.
Porém fica mais difícil com relação à velocidade.
Prova rápida. Dá tempo nem pra pensar.
 
Se for para uma prova Olímpica, cuja corrida é de 10 km, o "bagulho" já não é tão fácil.
Aliás, em nenhuma prova, em qualquer distância, a corrida vai ser fácil.
Na Olímpica temos que treinar muita resistência e velocidade.
 
Agora, a partir das provas longas, Meio-Iron, Challenge, Long Distance, Ironman etc., o bicho pega.
Arrumar tempo, local e tudo o mais necessário para treinar começa ficar mais punk.
 
 
Começando pelo começo.
 
Treinos para provas de Triathlon Short: 5 km.
 
Dependendo do seu estágio, óbvio, precisará treinar velocidade.
E também obviamente, levando em consideração que você esteja em dia com os seus treinos de natação e ciclismo.
 
Daí, podemos até mesmo treinar na rua, em volta do quarteirão, na esteira da academia, enfim, sem depreciar a distância, porque ela exige muito do nosso corpo, em função da velocidade pretendida.
 
 
Treinos para provas de Triathlon Olímpico: 10 km.
 
Depois de nadar 1.500 m e pedalar 40 km. temos que estar preparados para enfrentar essa distância de corrida.
 
Simplesmente não dá pra treinar em volta do quarteirão.
Muito menos, apenas na esteira da academia.
 
Pelo menos é o que diz a minha experiência.
Já vi atletas que treinaram apenas na esteira e se deram bem.
Eu nunca consegui.
 
 
Treinos para provas longas.
 
Daí o bicho pega mesmo.
Não é mais apenas sobre velocidade e local.
 
É também sobre nutrição pré e durante os treinos para a corrida, para que estejamos aptos a concluir a prova da melhor forma possível.
 
São provas em que, depois de nadar quase 2.000 m ou 4.000 m, temos que pedalar 90 km ou 180 km, antes de correr 21 km ou 42 km.
 
Simples assim.
 
 
Onde, como, e minhas experiências.
 
Treinos para Shorts
 
Onde
Como já dei um "spoiler" (outra coisa internética... kkk), dá pra treinar em qualquer lugar.
 
Dá pra treinar em volta do quarteirão, dá pra treinar na rua, na esteira, enfim, até na escadaria do prédio em que você mora (já treinei nas escadarias do prédio em que moro, no 8º andar, durante a pandemia).
 
Como
Do jeito que der.........rsrsrs.
 
Minhas experiências
Na época em que fazia os Shorts, treinava na praia (sou agraciado por morar em Santos), sem nenhuma preocupação com resultados.
Apenas queria terminar as provas.
 
 
Treinos para Olímpicos
 
Onde
Já não dava mais pra treinar como antes.
Treinava MUITO nas areias da praia aqui, em Santos, descalço, sem hidratação, sem nada. Não aconselho.
Porém, me sentia bem e ia levando.
 
Como
Simplesmente ia fazendo, o que também não aconselho.
 
Minhas experiências
Pourra! Tive tantas!
Vou contar algumas, mais abaixo.
 
 
Treinos para provas Longas
 
Onde
Imagine treinar para 21 km ou 42 km de corrida, depois de nadar e pedalar o que já mencionei?
 
Da minha casa até o Ferry-Boat (Ponta da Praia) tem uns 6,5 km.
Depois tem mais 3 km pela Avenida Portuária.
Voltando e indo até a Ilha Porchat, tem mais "n" km.
 
Daí, vai até o Gonzaginha em São Vicente, atravessa a Ponte Pênsil, vai até a "casa do caraio", volta, vai até onde o vento faz a curva, volta de novo, sobe a Ilha, desce a Ilha, volta pela praia do Itararé, ainda em São Vicente, passa de novo em frente onde você mora, pensa em entrar em casa e parar.
 
Olho o Garmin e faltam ainda 10 km para acabar o treino.
 
Como
Para esses treinos já temos que nos adaptar a uma estratégia de nutrição e hidratação bem elaborada.
Aliás, muito bem elaborada.
 
Minhas experiências
Aqui, o bagulho foi repleto delas.
Contarei algumas, a seguir.
 
 
Bom, penso que ficou claro.
Correr é fácil, mas é punk.
Tudo junto ao mesmo tempo.
 
 
Minhas experiências não tao boas...
 
Treinos para corridas rápidas
 
Treinava de qualquer jeito.
Ainda corria descalço pelas areias, pelas calçadas e mesmo pelas ruas.
 
Treinos para Olímpicos e provas de rua de 10 km
 
Ainda corria descalço.
Sem nenhuma orientação a não ser correr de tênis.
 
Depois de um Triathlon Internacional em que comecei a corrida de tênis e o retirei já no km 2 ou 3, cheguei em casa e, depois de me banhar, relaxar etc., estava andando pela sala (descalço, obviamente) e ouvindo um ruído: trick.... trick..... trick.
 
Sentei no chão e fui ver a sola do meu pé.
Neuzita olhou e disse que ia pegar uma pinça, porque tinha algo no meu calcanhar.
Era simplesmente um caco de vidro de para-brisa de carro.
Minha sola era tão dura, que eu nem sentia. kkk
 
 
Treinos para provas Longas
 
MeuDeusdoCéu!
Alguns dos muitos perrengues que já passei...
 
A) Correndo pelas calçadas maravilhosas da nossa praia.
 
Dependendo do clima, do dia e da hora, existem milhares de turistas caminhando por elas.
Eles andam fechando a passagem de qualquer pessoa que esteja mais rápida do que eles.
Simplesmente não dá pra treinar.
Temos que parar, pedir licença, nos desculpar, ou ir para a rua e voltar para as calçadas.
 
 
B) Correndo pelas calçadas novamente.
 
Do nada, treinando já de noite, depois do trampo, encontro um fia da puta que está com seu o dog grandão (adoro dogs), solto da coleira.
 
Ele, o dog, me olha e eu olho pra ele.
Ele vem correndo em minha direção e, óbvio, paro de correr.
 
Minha FC (Frequência Cardíaca) sobe de 110 para 140 bpm.
O dog vem, pula em mim, brincando.
Faço um carinho nele e... tudo bem.
Mas já acabou com meu treino.
 
O "dono" dele ainda quer tirar um sarro.
 
– "Tá com medo?" Ele é manso!"
 
Putaquepariu!
Só quem já passou por isso é que sabe.
 
 
C) Correndo pelas areias da praia.
 
Fazendo um ótimo treino, deparo com uma barraca de praia. Desvio dela e, sem saber o porquê, tomo um rápa.
Caí de cara na areia.
 
Descobri depois que os "usuários" da barraca de praia haviam esticado uma cordinha de nylon, praticamente transparente, para poderem ficar lá tomando suas brejas, comendo suas farofas, enfim...
Levantei e continuei, como se nada tivesse acontecido.
 
 
Ainda existem outras situações
 
Não corra pelas ciclovias.
Elas são apenas para ciclistas.
Você pode causar um acidente, ou ser vítima de um.
 
Também não corra pelas vias destinadas aos carros.
Já fiz isso e me arrependo. Muito arriscado.
Para quem pode, melhor correr na praia e/ou nas calçadas, mesmo que a gente não consiga manter um ritmo excelente.
Segurança em primeiro lugar.
 
3AV
Marco Cyrino
 
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sábado, 12 de abril de 2025

Meu primeiro "capote" de bike


 
Já devo ter relatado em algum post, afinal já tenho tanta coisa publicada que não me lembro de tudo, algo sobre meus poucos, graças a Deus, acidentes de bike. Todos em treinos.
 
Meu primeiro "capote", acidente, tombo, perrengue, ou como quiserem nomear, foi, digamos, hilário e ao mesmo tempo um aprendizado.
 
Até por isso, estou relatando como foi o meu primeiro, com o intuito de orientar a quem começou a treinar em "pelotão" há pouco tempo.
 
Para quem não sabe, treinar em "pelotão" ou "pelote", no ciclismo, é seguir uma fila indiana, ou seja, um atrás do outro, às vezes em 2 ou até 3 filas lado a lado.
 
Os ciclistas mais experientes e preparados andam sempre na frente.
E usam um código para sinalizar algum eventual obstáculo à frente (tipo um buraco, uma pedra etc.), para que os demais, que vêm atrás, se previnam contra acidentes.
 
Só não dá pra avisar sobre um "eventual" assalto, quando meliantes invadem a "pista" de treino, seja ela ciclovia, ruas ou acostamentos de rodovias.
Esta é uma conversa para outro post.
 
Bom, voltando ao assunto do título.
 
Como sabem aqueles que me seguem, fiz meu primeiro Triathlon com uma bike de rua.
E treinando nas ruas literalmente.
De noite, subindo e descendo calçadas do José Menino até a Ponta da Praia.
 
Depois, no meu primeiro Internacional de Santos, fiz também minha primeira prova com uma bike de estrada, antiga, emprestada por meus amigos.
 
Daí, peguei gosto.
Consegui comprar a "minha" primeira bike  de estrada.
Nem lembro a marca.
Só sei que consegui comprá-la em várias prestações mensais... rsrsrs.
 
Tá ! E daí ? O que faço agora ?
Vou treinar onde, com quem ?
 
Meus amigos, que me levaram ao Triathlon, meio que impuseram treinos na estrada.
Beleza!
Já abracei o Triathlon, vou abraçar o que vem junto com ele.
 
Bóra dar a volta.
Isso significava sair de Santos, de um ponto de encontro no cruzamento da Av. Ana Costa com a Av. Francisco Glicério, em um posto de gasolina em que nos reuníamos.
 
Pegávamos a saída da cidade até a Rodovia Anchieta e...
 
  • Íamos até o pé da serra e pegávamos a Rodovia Piaçaguera-Guarujá, que hoje se chama Rodovia Cônego Domenico Rangoni;
  • Passávamos a linha do trem, em Cubatão (onde hoje existe um viaduto);
  • Subíamos o Quilombo (uma serra bem punk, pelo menos em minha avaliação);
  • Descíamos essa serra em velocidade extrema, uns 70 km/h (imaginem, eu, principiante, nisso);
  • E depois ... ufa! .... pegávamos um plano até completar a "volta" e irmos até o Ferry-Boat de Guarujá para Santos.
Dava mais ou menos uns 60 km de pedal.
 
Depois de fazer uns 3 ou 4 treinos desses, já estava me achando. rsrsrs.
 
Quando pedalamos no final do pelotão, fazemos bem menos força do que quem está lá na frente, com a cara no vento.
Eu só fazia muita força e rezava pra não "sobrar", ou seja, não perder o pelotão. Caso contrário, iria pedalar sozinho até o fim.
 
Nesses primeiros 3 ou 4 treinos, consegui (não me perguntem como) acompanhar o pelotão até a subida do Quilombo.
 
Já, no treino do meu capote...
 
Eu "se achei".
Disse eu pra mim mesmo: "Agora se consagro!"  kkkkk
 
Subi com o pelotão, bufando, babando, quase "marrendo", mas consegui chegar ao topo junto com eles.
 
Daí veio a descida.
Uns 70 km/h...
Eu... tremendo mais que minha máquina de lavar roupa.
Sobrevivi.
 
Chegamos ao plano, uns 30 atletas treinando.
Eu estava em um honroso 10º lugar no pelotão.
 
Dentre todos os atletas, era eu, claro, o mais inexperiente.
 
Os caras da frente pedalando numa média de 38 km/h no plano e eu os seguindo de boa. Só na roda.
 
Também pra quem não sabe, quanto mais estamos próximos do ciclista à frente, menos força fazemos, por conta do vácuo, assim como na Fórmula 1.
 
Resumo da ópera:
 
De 10º no pelotão, fui subindo.
Nono, oitavo, sétimo, sexto, quinto, quarto, terceiro...
Pourra! Tô bem pra caraio.
Vou assumir a ponta do pelotão logo.
 
O segundo no pelote nem sei quem era, mas fui chegando perto da roda traseira dele.
E, chegando perto, fui cada vez mais pensando em sair para o lado e ultrapassá-lo.
 
Do nada, encostei minha roda da frente na roda de trás dele.
 
Descobri um efeito da Física que nunca havia aprendido.
 
Dois veículos de duas rodas, andando na mesma direção, a partir de certa velocidade, o da frente tende a ter o peso maior apoiado em sua roda traseira.
 
Os veículos que vêm atrás também.
 
Logo o veículo que vem atrás tende a ter um menor peso na roda da frente.
 
A roda traseira do veículo da frente terá uma enorme força para catapultar a roda da frente do veículo que vem atrás, caso as rodas se encontrem.
 
Bom...
Não precisei ser um ganhador do Prêmio Nobel de Física, para descobrir que, ao encostar minha roda dianteira na roda traseira dele, com uma velocidade de aproximadamente uns 38/40 km/h, eu iria ser catapultado pra cima.
 
Mas fiz bonito, viu ?
Dei um salto duplo grupado, com um giro de 180 graus, com a bike ainda clipada nos pés, um Tsukahara e um Twister.  
Só não consegui cair em pé.
 
Meu capacete rachou, meus óculos voaram.
Caí de costas com a cabeça cabeçuda dando uma cabeçada no asfalto. Ainda bem que estava de capacete que, mesmo sendo um capacete "meia-bola", me salvou de lesões na cabeça.
 
Minha bike foi parar a uns 10 metros de onde capotei.
 
Ainda, dois atletas, que vinham atrás, caíram por conta do meu capote.
Graças a Deus, não tiveram nenhum problema.
 
Conclusão
 
  • Não se achem.
  • Aprendam, em primeiro lugar, o que podem e devem fazer.
  • Eu, graças a Deus, paguei um preço bem baixo.
  • Em pelotões, nunca pedalem "no clip", caso suas bikes sejam TT.
 
Por enquanto, é isto.
Bons treinos e boas provas a todos.
 
3AV
Marco Cyrino
 
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domingo, 30 de março de 2025

Triathlon e suas interações.


Em minha postagem mais recente, escrevi sobre minhas conquistas em Triathlons.
 
Como não estou competindo, surgem em minha cabeça cabeçuda vária coisas.
Coisas coisadas e coisas importantes.
 
Sim! Já sei que escrevi um monte sobre este tema.
Mas, nunca é demais repetir.
 
O Triathlon, com toda a dedicação que exige para completar apenas um Short, ou um Olímpico, ou um Long Distance, ou um Ironman, nos dá muitos ensinamentos.
Ensinamentos para a vida toda.
 
São meses e meses de treinamentos, de empenho, de investir nisso tudo, de priorizar coisas que, talvez, impactem nossa vida pessoal e profissional e que só se tornam possíveis com todo o apoio daqueles que nos são próximos.
Caso contrário, como na natação, não adianta nadar contra a correnteza.
 
Resiliência, persistência, treinos que não deram certo, treinos em que acertamos um pouco mais, treinos em que não acertamos nada.
Enfim...
 
O Triathlon me ensinou e muito.
Em minha vida profissional, em minha vida pessoal também.
Em todos os aspectos.
 
Lembro de quando decidi fazer meu primeiro Ironman.
Nem imaginava que teria força, resiliência, persistência para completar um sequer.
Consegui completar 7.
 
Isso me mostrou que todos nós temos uma força interior absurda.
E só descobrimos isso quando decidimos fazer algo que, a nosso ver, seria impossível.
 
Tive a dádiva de, não só contar com, mas ser extremamente incentivado por minha esposa e minha família.
 
Na empresa, mesmo com todo o cronograma de treinos, eu conseguia utilizar o aprendizado do esporte, de forma a melhorar minha performance profissional e pessoal com todos os colaboradores.
 
Como resultado, muitos dos funcionários que eu administrava expressavam admiração pela minha dedicação à empreitada do Triathlon, e ainda vinham se aconselhar comigo sobre vários aspectos.
 
O esforço, seja no Triathlon ou em nossas vidas, sempre será recompensado com o aprendizado.... que nos ajudará nos eventos seguintes... que nos trarão novos aprendizados... num crescendo de aprimoramento pessoal.
 
 
3AV
Marco Cyrino
 
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