quinta-feira, 16 de maio de 2019

Lembranças e Lambanças - II


Escrevi sobre isto há uns 4 anos (minha memória está boa... rsrsrs),  terminando o post  com "qualquer hora conto mais lambanças" (Lembranças e Lambanças).

Escrevo esta continuação sobre a minha caminhada no esporte, ou seja, de como saí do futebol e surf para o Triathlon, agora que me vieram várias lembranças de lambanças que ocorreram na fase de, digamos, adaptação ao novo esporte.

Novo esporte, nem tanto, pois nadar eu nadava, não para competir, mas para me salvar quando eventualmente quebrava a cordinha da prancha, num mar grande, e tinha que me virar nos 30.

Pedalar também, não para competir, mas para me locomover de casa até uma praia com ondas, pagando o aluguel da bike (que não tinha), levando no cano o Hamilton e duas pranchas.

Correr era meu forte.
Mas não corrida contínua, futebolista que era.


Lembrança de Lambança de natação

Ainda no Biathlon (apenas natação e corrida), entrei no mar junto com todo mundo. 
Uma de minhas primeiras provas.

Juro que nunca tinha passado por nada parecido.
Nego puxando meus pés.
Branco me dando tapa na cabeça.
Índio passando por cima de mim.
Mameluco me dando caldo.
Japonês (ou amarelo) me ajudando a sobreviver (sempre eles).

Passada a boiada, ou cardume, ou (que nome se dá ao coletivo de humanos fora de seu ambiente, na água?), sobrevivi dignamente, saindo do mar sem óculos, sem touca e quase sem sunga.

Pra ajudar, como não tinha experiência em natação mais longa (sim, porque no surf, pra sair do mar quando se perde a prancha, você nada um pouco em direção à praia e olhando pra trás... e tem de ficar mergulhando pra não tomar a série na cabeça), saí do mar como um bêbado... totalmente tonto.


Lembrança de Lambança de ciclismo

Já no Triathlon, em minha primeira prova, um short do Troféu Brasil, em 1.900 e sei lá o que, já habituado à natação, não tive muitos problemas com essa modalidade.

Ah... Mas, na saída da natação para o ciclismo, cheguei à transição e fiquei uma hora lá, parado, pensando no que tinha de fazer.

Ainda não usava roupa de borracha para nadar. Um problema a menos.
Fui colocar o capacete e o fiodamãe não entrava na cabeça, nem com vaselina. kkk.
E olha que era daqueles capacetes Tabajaras.
Várias tentativas depois, lembrei de tirar a touca de natação.
E não é que ele entrou facinho?

Depois o tênis. Sim, o tênis.
Quem disse que eu iria pedalar de sapatilhas?
Sapatilhas, eu só sabia que existiam as de balé.

E a camiseta, com o número pregado no peito?
Nunca tirei e coloquei tantas vezes uma camiseta, como naquela vez.
E os alfinetes que prendiam o número?
Um deles se abriu. A cada vez que tentava colocar a camiseta com o corpo molhado, era uma espetada.

Fiz a prova com a bike que tinha comprado, acho eu, nas Casas Bahia. Bicicleta de rua, sem marchas, pneus balão...

Ah... Mas eu já acompanhava uma galera que saía à noite para um "treino" aqui em Santos.
Já me achava. Percurso de 20 km. Até que era um bom passeio.


Lembrança de Lambança de corrida

Nessa mesma prova, desci da bike, coloquei-a na baia da transição e a danada não parava em pé.
Nem lembro como, mas consegui fazê-la ficar parada, em pé, naquela baia para bikes de pneus finos.

Daí, saí desembestado a correr para sair da transição.

Um monte de gente gritando um monte de coisas pra mim:

- Marcão... Tu tá com o.....jfjkhdkhfsrroñah!!!
- Marcão... Tu não pegou o......fhjkdcmnbsrfbb!!!

Legal!
Todo mundo torcendo por mim... e meu objetivo era apenas não ser o último.

Até que entendi, já quase saindo da transição:

- Marcão... Tu tá com o capacete!!!

Que vexame. Voltei correndo para a transição, tirei o capacete, peguei o boné (sim, era o que usávamos, em vez de viseiras de 200 contos).

Saí de novo à toda.
Uma voz estridente (mas, à qual agradeço muito) me avisou de novo:

- Marcão... Tu tá sem o número de corrida!!!

Nem voltei. Eu estava com o número, sim, só que nas costas, por ter colocado a camiseta ao contrário.
Continuei correndo e revirando a camiseta, até o número ficar na frente.

Uma corrida de 5 km.

E eu, que só corria descalço (provas, aqui: Triathleta da Idade da Pedra), estava correndo de tênis.

Acho que não deu nem 1 km, para eu descalçar os tênis e acabar a prova com eles nas mãos.

Pelo menos não fui o último.


Quanta evolução!
Ou não... kkk

Hoje chamam isso de ser Triathleta-Raiz.


3AV
Marco Cyrino



terça-feira, 7 de maio de 2019

A Lei do Retorno


Quando, lá atrás, com incentivo e apoio técnico do meu irmão Alfredo, imaginei criar este Blog, pensei muito mesmo.

Pensei no retorno que isto me traria, em interação com outros atletas, em autoconhecimento, em transferência de conhecimento.

Ôpa...
Chegamos ao ponto fundamental.

Não digo que não pensei num "eventual e apenas futuro" retorno financeiro.
Mas, este foi o último item em que pensei.
E ele permanece lá, em standby.
Se alguém quiser me ajudar neste aspecto, agradeço... rsrsrs


Interação com outros atletas

Retorno inteiramente cumprido.


Autoconhecimento

Retorno em andamento, ontem, hoje e sempre.

É engraçado, mas, a cada postagem autoral, mais me conheço.

Tenho a característica de precisar externar os problemas, para melhor resolvê-los. Seja em conversa ou em palavras escritas.

E este Blog me ajuda muito nisso.
Além, é claro, de poder externar conversando com os meus próximos.


Transferência de Conhecimento

O motivo principal deste Blog é a transferência de conhecimento, bom ou mau, associado à Lei do Retorno.

Existe conhecimento bom ou mau?
Existe sim.

Conhecimento bom é aquele que a gente compartilha sobre algo, com a certeza de ser certo.

Conhecimento mau é aquele que a gente compartilha sobre algo que deu certo, sem a certeza de que dará certo para outrem.

Acho que não é o nosso caso.
Temos muita responsabilidade sobre aquilo que publicamos.


Agora, a Lei do Retorno

É simplesmente poder retribuir, divulgando os conhecimentos que tive o privilégio e a oportunidade de receber, para quem não teve tal oportunidade.

Que sentido faria ter esses conhecimentos, sem poder compartilhá-los?

Hoje, com e experiência que tenho em todos os aspectos da vida, posso responder com convicção que não faria sentido algum.

A Lei do Retorno, a princípio, poderia ser interpretada como relacionada ao retorno que eu tenho.

Mas, ao contrário, se relaciona ao retorno que terei, ao divulgar meus conhecimentos para quem não os tem.

Não espero mais nenhum retorno pessoal a não ser o prazer de saber que tenho o "poder" de compartilhá-los.

Isto é algo que dinheiro nenhum pode pagar.

Gostaria de fazer muito mais.

Ainda tenho tempo pra isso.


Todos nós temos um pouco de qualquer coisa para dar, em retribuição àquilo que conseguimos.

Agradecer pelo que conquistamos e compartilhar um pouco disso com aqueles que não têm...



3AV
Marco Cyrino