terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

26º Triathlon Internacional de Santos - 1ª Etapa 2017 - Relato de Prova


Inauguração da temporada de provas.

Tentando fazer tudo da melhor forma possível...
Fiz testes de VO2 máximo, de pisada, FMS, bioimpedância... checkup clínico geral, exames completos de sangue... planejamento detalhado com o coach...

Bom, me esforçando e tendo certeza de que esses investimentos são as melhores coisas que faço e que todos deveriam fazer, desde que, claro, tenham condições.
A questão "condições" é muito relativa, se levarmos em consideração que alguns atletas preferem gastar alguns milhares de Reais em aquisições como equipamentos (bikes, rodas, tênis, macaquinhos), bem como suplementos indicados por colegas, sem orientação médica, e muitos outros etecéteras, a investir no mais fundamental que é a sua saúde (em primeiro lugar) e no seu treinamento de forma adequada, com um bom coach.

Dando nome aos profissionais (pensaram que iria dar nome aos bois, né?...kkk) que recomendo por, apenas e tão somente, suas competências:

Silvão: Grande coach (SMAERUN) e amigo.
Lucas: Grande médico especializado em medicina desportiva.
Atef: Grande fisioterapeuta quiropraxista.
Pandelo: Grande atleta, grande vencedor na vida e agora grande empresário de um Centro de Alta Performance em Santos.

Se alguém quiser seus contatos, me avise. Mas são muito fáceis de encontrar nas redes sociais.

De minha parte, se isso não me ajudar em resultados e performances, ainda assim vou saber que atingi meu objetivo maior, que são a longevidade no esporte e a prevenção de problemas mais sérios do que aqueles que já desenvolvemos durante esta encarnação.


Confraternizando...
Na véspera da prova, como quase sempre, dormi como um bebê.
Dormia 20 minutos e acordava chorando....kkkkk. Brincadeiras à parte, não dormi quase nada, mas descansei bastante no sábado.

Cheguei à transição por volta das 6:40h e me esbaldei de conversar, rir, encontrar velhos e novos conhecidos e amigos...
Enfim, amo essa prova porque é uma das raras oportunidades de fazer isso. E o astral é sempre o melhor possível.

Na minha categoria então, onde, apesar de competitivos, priorizamos essa confraternização, pô... não tem $$$ que pague.
A gente encontra tanta gente boa lá, que se for começar a citar nomes, certamente faltarão muitos.


Largada e natação
O tempo voa. Quando a gente se dá conta, já estamos meio atrasados... colocar roupa de borracha...  acabar de arrumar as tranqueiras de prova e correr para a praia para dar uma aquecida no mar.

Logo no aquecimento, percebi o quanto a maré estava baixa. No local da prova, isso significa correr dentro da água por mais de 50m... diria bem mais... antes de começar a nadar. Isso faz com que a FC suba muito. E não gosto de começar a nadar com a FC muito elevada. Demora pra pegar ritmo de natação.

Ainda dentro d'água e analisando correnteza, temperatura (estava maravilhosa, bem mais fresca do que imaginava, ideal para competir)... vimos a largada dos profissionais.
Caraca! Tem que dar valor... não tem tempo ruim pra eles... maré baixa, corrida dentro d'água, distância... atropelam tudo. É bonito de ver.

Entre a largada deles, profissionais, e a minha (que seria a primeira dos amadores) havia um delay de 20 minutos.

Voltei a me concentrar e cheguei à conclusão de que, para fazer uma boa natação, eu teria que entrar no mar e ultrapassar a parte rasa bem progressivamente, sem excessos.

Chegou perto da hora da largada e, como sempre, me retirei um pouco, fiz minha oração pedindo apenas proteção ao meu Anjo da Guarda e aos de todos os competidores.

Fui para a frente da linha de largada, para perder o menor tempo possível, já que iria adentrar no mar sem subir muito minha FC. E não iria atrapalhar ninguém, porque, ao som da buzina de largada, sempre corro lateralmente, para sair do bololô.

Ah...SQN.... soou a buzina e... nego, branco, moreno, albino, amarelo, vermelho, enfim.... todos saem como se estivesse estourando a guerra mundial... e o trouxa aqui vai ficando pra trás...

Entramos no mar pulando as 7 ondas e mais 7 e mais 7 e mais 7... e, quando vi, tava no meio do pelotão e empolgado que estava, comecei a mergulhar golfinhando... e... ÔBA... VAMOS PRA FRENTE QUE ATRÁS VEM GENTE...

Comecei a nadar no pelotão da frente...UHUUUUU !!!
Com menos de 100m já estava sem ritmo... sei que posso fazer melhor, mas preciso treinar isso.

Resultado: fiz uma das piores natações da minha vida, para essa prova.
É realmente punk conseguir baixar a FC na natação, durante uma prova.
Até consegui encaixar um ritmo melhor depois, mas já havia comprometido essa parte da prova.
E vejam... a culpa é unicamente minha.

Se publico este tipo de coisa, o objetivo é alertar, aconselhar, etc., aliás como é o objetivo deste Blog. Passar minhas experiências, tanto as boas quanto as más.

Saí da água com um tempo baixo para a prova... uns 24min... Só que tinha bem menos água do que nas provas anteriores.

Ao chegar à transição, já percebi o tamanho do prejuízo, pois havia pouquíssimas bikes, na zona da minha faixa etária.


Ciclismo
Fiz uma transição bem rápida e saí pro pedal.
Decidi fazer o melhor pedal possível, para sair para correr inteiro.
Então comecei bem cauteloso.

Como os cavaletes da minha faixa etária ficam bem no final da transição, muito próximos da saída das bikes, prefiro deixar as sapatilhas fora dos pedais e já sair com elas calçadas. Penso que ganho tempo, pois correr uma pequena distância apenas, com elas calçadas, compensa a perda de tempo de calçá-las estando elas presas aos pedais e já pedalando.

Caso meu cavalete estivesse (como já esteve em muitas provas) longe da faixa de monte da bike, deixá-las-ia (Português Temeriano) já presas aos pedais, para correr descalço dentro da transição.
Tenderam? Se não, deixa pra lá.

Percurso ótimo. Aliás, excelente. Exceto pelos trilhos da Av. Conselheiro Nébias (do VLT), que deixaram muitos atletas sem suas garrafas de hidratação / alimentação.

Fiz a parte do percurso interno (dentro da cidade) bem cauteloso, mas fui me monitorando, me hidratando e botando um ritmo bom.
Quando vi, estava com uma média muito boa para o meu propósito.
Até fiquei me questionando se, como na natação, não estava me empolgando muito...
Que nada... estava me sentindo bem confortável.

Já na R. João Pessoa, passando os trilhos do bonde, foi minha garrafa do Torpedo que voou.
Falei... mas nem fud... que vou ficar sem ela. Meu carbo do pedal estava nela. Melhor perder 1 minuto pra recuperá-la, do que comprometer o resto da prova sem carbo.
E, também neste caso, a culpa foi minha... não percebi que, ao passar pelos trilhos da Conselheiro Nébias, a garrafa tinha já ficado praticamente solta no Torpedo.

Mas, beleza... abraços e agradecimentos ao agente da CET que gentilmente catou minha caramanhola do chão, enquanto eu estacionava minha bike, e deu um pique de uns 100m, com direito a record mundial não homologado pela FIA. Tadinho do Bolt se competisse com esse cara.
Pode isso, Arnaldo???
Bom, pelo Regulamento, eu não posso ter nenhuma ajuda externa. Pois que me desclassifiquem e ainda serei grato ao agente da CET pela sua intervenção. Poderia ter ficado mais um tempo ali, perguntando seu nome, seu número de registro e tal... mas, para quê? Iria esquecer mesmo... rsrsrs

Entrei na Via Anchieta e pá... velocidade ótima para mim... na ida 37, 38... e sozinho.
Vários atletas que largaram depois foram me ultrapassando.
Mas também fui ultrapassando muitos que largaram junto comigo e nadaram melhor.


Pelotinhos
No retorno, comecei a ver os pelotões vindo, ainda na pista de ida.
Na metade da volta, comecei a ser ultrapassado por alguns.
Logo, o Fernando Rocha me ultrapassa com um bando de uns 10 atletas na roda dele. O cara fazendo a maior força e o pessoal só de roda.
E olha que na volta minha velocidade continuava boa. Na faixa de 38 até 39 km/h.

Dei um "tiro" e emparelhei com o Fernando.
Daí, vem a moto da fiscalização e viram todos uns anjinhos.
Nego pega caramanhola, se distancia apenas uns 4 metros, começa a beber como se estivesse passeando... outros começam a nos ultrapassar como se houvessem chegado ao pelotinho exatamente naquele momento.
Chega a ser engraçado.

Quanto a moto foi (sem penalizar ninguém), olhei pra trás pra ver quem ainda estava de roda e o atleta que estava logo atrás de mim ainda gritou: Fica tranquilo... tá limpo.
O cara pensou que eu estivesse vendo se vinha fiscalização... É  mole??? kkkkk

Fernando pedalou pra carai... pagou o preço na corrida. Mas eu sei da história dele. Fez a prova de supetão.
Nem estava treinado e mandou muito bem no pedal.

Para poder continuar fazendo um pedal de modo a tentar correr bem; larguei o Fernando e o pelotinho que voltou a se acumular... e entrei na cidade.

Pensando no resto da prova, me empenhei em me hidratar bem, terminar a caramanhola de carbo e botar um pouco mais de giro do que de força no pedal.

Cheguei de volta na transição e me surpreendi com meu estado, pois me sentia bem. Bem cansado... kkkk
Brincadeira. Estava bem mesmo.


Corrida
Sabia que seria difícil pegar uma boa colocação, tipo pódio, por uma série de coisas.
Nem mesmo sabia se conseguiria manter uma corrida consistente pelos 10 km.
Mas também percebi que o maior adversário para um bom resultado seria a qualidade dos atletas da minha categoria. Mesmo eu estando saindo dela neste ano, isso não é pretexto. É meramente o contexto.
Mas vi que poderia simplesmente continuar dando meu melhor, sem cometer mais erros.

Saí para correr, vendo que, pelo meu cronômetro, poderia fazer meu melhor tempo até hoje para essa prova.
Mas teria que ter cabeça e não querer ganhar a qualquer custo uma ou outra colocação.

Fui fazendo um boa corrida, na média de 5:00 min/km de pace.

Sabia que estava fazendo bastante força para manter isso, mas também sabia que tinha "motor" para manter.

O percurso foi ligeiramente alterado, o que fez com que a corrida tivesse praticamente a distância dos 10 km.
Creio eu (não corro essa prova com Garmin) que em outros anos a corrida tivesse um pouco menos e, talvez até por isso, ano passado corri em 49 min. e pouco.
Neste ano a primeira perna foi reduzida em aproximadamente 400 m, mas a segunda perna foi aumentada em uns 600 m. Logo, penso eu, o percurso ficou mais correto.

Fechei a prova com meu record pessoal: 2h28m07s e em 7º lugar na categoria.


Ocorrência triste
A nota triste ficou por conta de um incidente envolvendo o Triathleta profissional Edivânio Monteiro, que sofreu um assalto absurdo em plena competição.

Um meliante armado o derrubou da bike, na Via Anchieta, num lugar já conhecido por sua periculosidade, causando várias escoriações e lesões, e ainda o agredindo e roubando seu ganha-pão, ou seja, sua bike.

Algumas mídias já se fartaram de colocar informações "bombásticas", como fratura exposta do fêmur, falta de segurança da organização, etc.

Não tenho comprometimento com nada e ninguém para defender, acusar, julgar.
Apenas penso que, antes de sair publicando coisas sem saber ou ter melhores e mais concretas informações, deve-se aguardar e correr atrás das verdades.
Num primeiro momento fiquei, como todos, estupefato pelo acontecimento.

Depois começa a cair um pouco mais a ficha.

A organização, seja ela de qual prova for, ao que me consta, paga as taxas (que, imagino, não devem ser baratas) para as entidades Municipais, Estaduais e até Federais, conforme o caso, para ter a segurança necessária à prova.
O problema que houve, infelizmente, é decorrência de uma política de segurança pública falida.
Não somente aqui em Santos. Mas em São Vicente, Cubatão, Praia Grande, Itanhaém, Peruíbe, São Paulo – SP – MG – PR – RS – PE – AM – AC – BR, enfim...

A boa notícia é que os ferimentos não foram tão graves como chegaram a divulgar.
O atleta está em recuperação, com muitas escoriações, nenhuma fratura, vários pontos na região da bacia... Lamentável.

Torcendo para que se faça justiça, não por ele ser atleta ou Triathleta e por estar participando dessa prova, mas sim para que se faça justiça por um ser humano atacado por bandidos que hoje mandam nas cidades, estados e até na federação.


Contente e triste.

Aloha!


3AV
Marco Cyrino


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Rio Triathlon 2017 - 1a Etapa


Provas em 26 de março de 2017

Local: Pedra do Pontal - Praia do Recreio dos Bandeirantes

Distâncias (natação, ciclismo, corrida):
Sprint 750m x 20km x 5km
Standard 1500m x 40km x 10km




3AV
Marco Cyrino