sábado, 9 de janeiro de 2021

Desapega 2021


Há 9 anos, o post Desapega, fío! foi um dos primeiros do Blog.

Por ser início de ano, uma época em que as pessoas normalmente querem tomar decisões, decidi reeditá-lo com algumas atualizações.

Vamos lá... 


Ano Novo, Vida Nova, Coisas Novas!!!

O que vou dizer tem a ver com uma coisa chamada 5S.

5S é um programa Japonês voltado a deixar o seu ambiente (principalmente de trabalho) organizado, limpo, higienizado e prático.

É muito utilizado em empresas, mas cabe muitíssimo bem em todos os ambientes de nossa vida pessoal.

Pensem na importância disto, por exemplo, em face da atual disseminação do trabalho em home office.

Em minha opinião, 3 dos 5 "esses" são fundamentais.

Os demais são decorrentes dos outros 3.

5S tem origem em 5 palavras do idioma Japonês que começam com a letra "S".

  • Seiri         – Senso de Utilização
  • Seiton      – Senso de Ordenação (ou organização)
  • Seiso       – Senso de Limpeza
  • Seiketsu   – Senso de Saúde
  • Shitsuke   – Senso de Autodisciplina

Que me perdoem os nipônicos, mas eu arranjaria mais uns 300 "esses" no idioma Japonês... Parece que metade das palavras começa com essa letra... rsrsrs

Bom, eu disse que, na minha modesta opinião, existem 3 realmente importantes:

Seiri, Seiton, Shitsuke (utilização, organização e autodisciplina).

Uma vez implementados estes 3, temos que Seisou e Seketsu (limpeza e saúde) são meras (e importantíssimas) conseqüências.

Na empresa em que trabalhei até me aposentar, tivemos a Certificação ISO-9001. Em relação a esse processo, existiam treinamentos que eu mesmo fazia questão de ministrar, sendo um deles justamente sobre 5S.

Acho importantíssimo esse treinamento, porque percebemos o quanto as pessoas não pensam naquilo que acumulam, por exemplo, em termos de objetos que não lhes servem para mais nada.

 

Vejamos a aplicação dos 3 principais aspectos:


Seiri: Utilização

  • Analise aquilo que você realmente utiliza.
  • Se não utilizar, descarte.
  • Se utilizar, veja com qual freqüência.
  • Se a freqüência for alta, guarde perto de si.
  • Se a freqüência for baixa, guarde em local adequado.

Analise também a quantidade

Não adianta colocar próximo de si uma quantidade inadequada à sua utilização.

Imagine-se indo para um treino de bike de apenas 40 km, levando 20 câmeras.

Ou, ao contrário, treinando 180 km e não levando nenhuma câmera.

Vamos para nossa residência

Quantas camisas, camisetas, calças, agasalhos (não vale cuecas, calcinhas e meias), ornamentos etc., que temos em casa e não usamos?

Melhor pensar o quanto isso pode ser útil para quem realmente precisa.

Uma roupa que nunca usamos, guardada, vai embolorar, necessitar ser lavada, ser novamente guardada, ocupar espaço.

Para quê?

Conheço um "ente" que guarda, em cima do seu armário de cozinha, dezenas de canecas de Chopp.

Imaginem o trabalho que sua mulher, ou diarista, tem para limpá-las.

E qual sua utilidade?

Talvez evidenciar o estrago feito no seu fígado. rsrsrs

E, pobre de quem eventualmente quebrar alguma.

A não ser que ele seja um colecionador...

Portanto, é fundamental estabelecer a quantidade certa, para o que quer que seja.

 

Seiton: Organização

Uma vez aplicado o senso de utilização, o que sobrar é passível de organização.

Cada coisa em seu local adequado.

Se você guardar cuecas junto com ternos, jeans, ou qualquer outra roupa, o problema é seu.

Mas, não se deve guardar, por exemplo, uma garrafa de água sanitária no armário de mantimentos (arroz, feijão, bolachas, etc.)

Cada coisa em seu devido lugar.

Provavelmente, a maioria das pessoas se organiza guardando camisas em um local, calças em outro, cuecas, meias, calcinhas, soutiens, produtos de limpeza, alimentos, etc., cada qual em seu lugar.

Isso é organização.

 

Shitsuke: Autodisciplina

Muito importante!

Não basta fazer uma única vez.

Temos que adquirir o hábito.

E, de preferência, providenciar o descarte, seja do que for, de forma racional.

Prioritariamente, encaminhando aquilo que ainda tiver uso, para quem precisa.

Agora, aplicando ao mundo do Triathlon, ou dos atletas em geral

Se há um item que absurdamente fazemos questão de usar, usar e usar, até que fique imprestável, é a caramanhola.

Que coisa!

Já vi amigos indo pedalar com uma caramanhola literalmente cheia de musgo... Parecia um xaxim...kkkk  É verdade! Juro!

E não por falta de outra(s).

Quem faz provas de Triathlon sabe que isso é o que menos falta.

Hoje, contabilizei umas 8 ou 9 verdinhas, da Gatorade, guardadas aqui em casa, sem uso.

Mais umas de Long Distance, umas de outros eventos, fora as térmicas que ficamos guardando sabe Deus pra usar quando!

Ainda, compramos as importadas (alguns ganham) muito boas, Polar Bottle, e ficamos "miguelando"...

Roupas e utensílios de provas que ainda guardo não sei por quê (pois já consegui adquirir outros melhores) servirão com certeza para atletas iniciantes.

Selins usados (mas em condições de uso), canotes, câmeras passíveis de remendos, sapatilhas de ciclismo, toucas de natação, tênis em condições ainda de correr, óculos de natação...

Víxi !  Tem coisa pra daná !

 

Então, é isso: Desapega de novo, fío!

3AV

Marco Cyrino

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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Maléficos profetas midiáticos


Mal iniciamos este ano que, rogamos, seja melhor que o ano passado, estou eu navegando por algumas mídias e deparo com alguns grandes Fdps se achando Nostradamus, em geral discorrendo sobre a pandemia, profetizando o prenúncio do Apocalipse, além de subjetivamente desejarem um ano pior para aqueles que não têm a mesma ideologia que eles.

Não desejo o mal de ninguém.

Vou continuar com fé e confiança de que as coisas aos poucos irão melhorar.

Esse ano que se findou, foi como um tombo de bike em nossas vidas.

A gente demora um segundo pra cair e depois um tempão pra se recuperar.

Mas a gente se recupera.

E voltamos mais fortes e mais experientes.

Mas, sempre existe o especialista pra falar:

- Que estrago!

- Você nunca mais vai poder andar de bike.

A vida mostra que podemos tudo.

Vou contar uma pequena história sobre a minha ida do futebol e surf para o Triathlon (já mencionada neste Blog, mas em outros contextos).

Em 1.995, jogando 10 partidas seguidas de futsal, tive uma lesão muito séria no Tendão de Aquiles da perna direita.

Um rompimento quase que total.

Um grande amigo me levou ao "melhor" ortopedista da Baixada Santista, na época, que trabalhava numa instituição desportiva muito famosa e que, segundo comentários, ferrou muitos jogadores dessa instituição.

Bom... Chegando lá, o cara me analisou muito superficialmente e disse:

- Você se ferrou todo.

- Volta aqui amanhã, que vou te operar e depois tu vais voltar a ser um ótimo atleta.

- Vais poder jogar pebolim, bilhar, canastra, dominó...

Nunca voltei!

Fiquei um ano me curando à minha custa e à custa da Neuzita, me servindo como muleta além de tudo.

Andando, primeiramente com muita dificuldade.

Depois, melhorando e andando com a água na cintura por dentro do mar, até me curar.

Então, ano seguinte, iniciei no Biathlon.

Gato de Rua, em São Vicente. Meio capenga ainda. Meus parceiros eram simplesmente Baltazar, Mineiro, Eugênio Malavasi, Sidney Sauro (na assistência), Stephan, etc.

Depois disso, ainda vieram alguns Biathlons do Núbio.

Isso ainda com apenas 39 anos.

Daí para o Triathlon foi um pulo.

E que pulo!

Correndo descalço e pedalando numa bike comum, sem marchas. kkk

Hoje, com 63 anos...

·         Tenho 7 Ironmans completados, todos em Floripa.

·         Vários Long Distance.

·         Muitos Troféus Brasil.

·         Muitos Internacionais de Santos, sendo inclusive, campeão em minha categoria.

·         Ainda, tenho 3 "Insanos" em Guaratuba, nos quais fui campeão nas 3 vezes em que participei.

·         Também fui à Eslováquia para o Mundial de Challenge Long Distance e fiquei em 13º do mundo em minha categoria. Motivo de muito orgulho numa competição mundial.

  

Mas, esta história pra dizer o quê ?

O desfecho dela ilustra minha intenção...

Um dia, do nada, encontrei com o tal "melhor ortopedista" na rua, que obviamente não me reconheceu.

E pude dizer a ele:

- Ainda bem que o senhor não me operou.

Com certeza, ele não entendeu e nem vai entender.

 

Dó de quem prega a desgraça.

E digo com muita convicção que dó é um sentimento muito ruim.

Ainda assim, tenho dó dessas pessoas.

Uma coisa é pregar a real.

Outra é pregar a desgraça.

Principalmente sendo "especialistas".

 

Que Oxalá abençoe todos.

3AV

Marco Cyrino

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