quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Ironman é vendido para grupo chinês


Veja detalhes neste link.

3AV
Marco Cyrino


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Protocolos e Condicionamentos


Lembrei deste assunto por ocasião de uma Auditoria de Sistema de Gestão da Qualidade, na empresa em que trabalho.

A criação de um Sistema de Gestão talvez seja o que melhor representa a necessidade de haver protocolos.

Enquanto o Auditor, acompanhado por mim, percorria as várias atividades da empresa, comecei a pensar na relação “protocolos” x “dia-a-dia”.

A correlação com os protocolos voltados às atividades desportivas foi direta.


Protocolos

De forma abrangente o termo "protocolo" se aplica aos procedimentos padronizados, em incontáveis áreas do conhecimento humano, utilizados para analisar, diagnosticar, prognosticar e prescrever (potenciais) soluções para quaisquer tipos de situações.

Tais situações podem envolver - isolada ou conjuntamente - desde um desejo ou necessidade individual (ou coletiva) de melhoria / evolução em alguma atividade, até problemas médicos, biológicos, esportivos, ambientais, geológicos, econômicos, políticos, informáticos, de engenharia e técnicos em geral... A lista é infinda.

Sem chances para o acaso

Freqüentemente, como resultado do consenso entre especialistas da área, o protocolo objetiva enfrentar da maneira mais segura, rápida, eficaz e com as melhores armas, um inimigo poderoso, que pode ser uma doença, um evento emergencial, um acidente, uma calamidade qualquer.

São rigorosamente definidos em seus critérios de diagnósticos, prognósticos, prescrições, tratamentos etc.

É o caso, por exemplo, dos abençoados oncologistas que, dia a dia, vêm debelando diversos tipos de cânceres e melhorando a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes.

Outro exemplo, os procedimentos de emergência para gestão do sistema elétrico de um país, ou de alguma de suas unidades (uma hidrelétrica ou usina nuclear, por exemplo).

Outro exemplo ainda, bem simples, o "protocolo" de "tratamento e cura" do motor de um carro que "ingeriu" água (num alagamento, por exemplo): desmontagem total, lavagem química, substituição de componentes avariados etc. etc.


Condicionamentos em atitudes e procedimentos

Por outro lado, determinadas atitudes e procedimentos condicionados parecem estar programados nas mentes de muitos profissionais (especialistas também em incontáveis áreas) e acabam sendo apresentados ou mencionados como "protocolos", às vezes até como forma aumentar a credibilidade daquilo que se está comentando, recomendando, ou prescrevendo.

Infelizmente, de maneira geral, tais condicionamentos parecem ser predominantes, embora existam exceções.

Para aclarar, podemos exemplificar com situações típicas:

1 - Um paciente reclama de um efeito colateral de um medicamento.
O remédio foi prescrito recentemente.
O sintoma é daqueles que, no mínimo, afetam fortemente a qualidade de vida do paciente.

O médico, sabedor de que tal efeito colateral só se manifesta em 0,0001% dos casos (1 em cada 1000.000 pacientes) , afirma categoricamente que o paciente está enganado. (Postura comum, já presenciada dezenas de vezes...)

Suponhamos que não se trate de um medicamento insubstituível, nem de um caso do tipo "se ficar o bicho come, se correr o bicho pega" (quando deixar de tomar a medicação seria pior ainda do que o atual efeito colateral).

Nesta situação, em sua postura "condicionada", o médico desconsiderou a possibilidade de seu paciente ser um dos tais "1 em 1 milhão" que apresentariam aquele efeito colateral.

Provavelmente, manteve a medicação... e o prejuízo à qualidade de vida do paciente.

2 - O computador de uma pessoa sofre um crash e não inicia mais.
Como a maioria dos usuários, a pessoa não tem o hábito de fazer backups regularmente.
Seu computador guardava informações e arquivos importantes, trabalhos em andamento etc., boa parte dos quais não se encontram em nenhuma outra mídia (CDs, DVDs, pendrives, etc.).

A pessoa chama um técnico de informática.

Existe a opção de acessar o diretamente o disco do computador, ou utilizar um aplicativo de recuperação de dados, para salvar os arquivos importantes em um meio externo (pendrive, por exemplo), o que pode consumir algumas horas de trabalho, que poderiam ser utilizadas em muitas visitas a outros clientes.

Diante disto, o técnico declara que a única solução consiste em formatar o disco e reinstalar o sistema operacional --- o que consumirá bem menos tempo e provavelmente devolverá ao cliente um computador funcionando, mas sem os seus arquivos e informações.

Desnecessário comentar os prejuízos para o cliente...

3 - Uma pessoa leva o carro ao mecânico, para trocar uma peça sabidamente defeituosa.
O procedimento técnico correto exigiria remover antes determinados conjuntos mecânicos, para ter acesso pleno à peça, poder usar as ferramentas certas, etc.

Mas, o mecânico adota um "jeitinho" mais rápido, focado apenas no problema imediato.

Ele substitui a peça "na marra", forçando outros grupos mecânicos, usando as ferramentas (não necessariamente corretas) que couberem no espaço.

Evidentemente, o cliente sairá da oficina com a peça nova instalada e funcionando, mas também com diversos outros problemas "semeados" para futuros retornos...

Por quê?
Supondo que todos sejam profissionais motivados a obter o melhor para os seus clientes, conclui-se que houve, por mínimo, certa falta de amplitude de pensamento e de percepção.

O que leva a isto?
Excesso de confiança?
Relaxamento?
Descaso?


Esses são exemplos característicos de profissionais que simplesmente não seguiram o chamado de protocolo.

Por outro lado, o “protocolo”, quando levado como única verdade, também pode ser uma faca de dois gumes.

Canso de ver exemplos, alguns relacionados ao esporte, de profissionais que seguem o protocolo até a morte, sem fazer uma análise profunda das especificidades de cada pessoa.

O atleta vai se preparar para um Ironman, e seu técnico aplica determinado protocolo de treinos que pode não se ajustar à disponibilidade de tempo do atleta.
O que fazer?
Ignorar protocolo?

Esse mesmo atleta recebe de sua nutricionista uma recomendação de ingerir uma certa quantidade de carboidratos, uma outra quantidade de sódio e uma outra quantidade de líquido, por hora/treino.

Ele não se sente bem com as quantidades recomendadas.
O que fazer?
Ignorar o protocolo?

Em seus exames de sangue, é constatado que o nível de colesterol ruim (LDL) está um pouco acima dos níveis estabelecidos.

O médico recomenda que ele reduza drasticamente o consumo de gorduras e, caso não os níveis não caiam, será obrigado a tomar remédios para isso.
O que fazer?
Ignorar o protocolo?

O técnico deve ser profundo conhecedor das necessidades do atleta, para ter meios de, seguindo um protocolo, como um indicador, criar alternativas de treinos que permitam ao atleta chegar ao Ironman estando em sua melhor forma.

A(o) nutricionista deve receber o feedback do atleta, para também adequar as quantidades de nutrientes necessários durante os treinos. Deve, inclusive, tentar fazer isso antes mesmo da primeira prescrição.

O médico, mesmo constatando um nível de colesterol ruim um pouco acima do estabelecido, deve analisar outros dados, como o colesterol “bom” (HDL) e muitos outros itens para estabelecer um quadro concreto da saúde do paciente.

Enfim, o protocolo é um ótimo ponto de partida, nem sempre de chegada.

3AV
Marco Cyrino


terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pirassununga Short e Long Distance - Inscrições Abertas


Inscrições



3AV
Marco Cyrino


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Trineanderthletas









Sei lá de onde me surgiram as lembranças, mas, já que surgiram, vamos que vamos.

Depois de já ter abandonado o futebol devido a lesões sérias e ter ficado somente no surf (apenas porque, para quem surfa sabe a dificuldade que é contar apenas com esse esporte, tendo que trabalhar em horário comercial e rezar para haver ondas no final de semana) falei de eu pra mim:

- Vou ter que fazer algo mais.

Mim respondeu pra eu:

- Máiquipôrraturáifazê?

Eu pra mim:

- Rônadá. Aprendê essa bagaça.

Nadar, nadar
Esclarecimentos...
Até então, eu nadava. Mas nadava muito. Com a cabeça pra fora e respirando para os dois lados. Um primor. Um verdadeiro campeão olímpico de nonsense.

Minha natação era baseada nas travessias que fazíamos (meu irmão Alfredo – ele mesmo, o Editor) até a casa do chapéu (que na época era o Pirulito). Ele já com muita técnica (coisa que comprovei há não tanto tempo atrás) e eu na raça.

E era baseada também em anos e anos de surf sem cordinha, perdendo a prancha atrás da arrebentação e saindo do mar na base do salve-se quem puder.

Bom... entrei na natação.

Acho que qualquer um que comece a nadar com a minha idade, sem nunca ter caído na água, em um ou dois anos vai nadar melhor que eu.
Isto porque "desaprender" vícios é uma dureza, viu ?

E bate perna daqui, bate perna de lá, faz educativo daqui e faz de lá, faz tiros daqui e de lá e... conclusão... Era um Neanderthal.

Melhorei, confesso... mas, daí a ser nadador vai uma diferença absurda. Eu me viro bem. E olhe lá...


Iniciando em Biathlon e Triathlon
Mineiro, Baltazar e outros amigos me incentivaram a fazer um Biathlon.

Vou avisando que a narrativa será abreviada por alguns motivos.
Primeiro, não tenho autorização (como se necessário fosse) para mencionar os personagens.
Segundo, se mencionar tudo que vi e vivi com esses personagens, aí sim vou precisar de autorização... kkk


Fiz. Gato de Rua. Em São Vicente. Gonzaguinha.
A absurda distância de 500 m de água + 3 km de corrida.
Sobrevivi.
Exausto e feliz.
Com sunga, algo no tórax (não sei se era camiseta) e descalço.

O Neanderthal evoluiu e, de repente, fui para o primeiro Triathlon.
Um short do TB, que fiz de sunga, MTB e... descalço.
No final da prova, todo mundo comendo frutas, tomando isotônico, e eu procurando a Neuza, doido pra sair dalí.

Nessa época, treinava 1000 m de natação, corria que nem louco, sem saber pra onde nem porque, e pedalava numa bike absolutamente comum (sem marchas, tipo Barra Forte), dando tiros da faculdade (FEFIS) para casa e vice-versa.

Treinos em estrada - cara e coragem
Ouvia falar que havia um pessoal que treinava em estradas.
Nem me imaginava fazendo isso, até que comecei a fazer... 5:30h da matina, no posto da Ana Costa x Glicério... pegar a Anchieta e ir até sei lá onde.

Primeiros treinos, saíamos com um pelote considerável.
Nem tínhamos ainda saído da cidade, e já estavam sobrando... Cléber Celino, Rubão, mais alguém e eu.

E estávamos nos achando...kkk

Um dia, maior vento noroeste (acho que só quem é daqui sabe)... Rubão, Cléber e eu na Anchieta... furou o pneu do Cléber.
Alguém levava câmaras? Ferramentas? Algo?
Isto no eczistia!

Aí, pára o Barba (ciclista das antigas) e, do nada, nos dá um help.
Pô... a roda do Cléber era presa por parafusos...sem engate rápido... hahaha!!!
Precisava de chave de rodas de carro, para desengatar.

O Barba é um MacGyver. Fez um remendo sem tirar a roda e fomos embora.

O Cléber é um Meganeanderthal.
Mas ele é Mega não só por isso.
Com o tempo, continuamos a treinar e, até por ser forte pra caramba, o cara só usa uma relação.

Pode ser subida, descida, plano... a bike tem 20 relações... ele coloca sempre na mais pesada e vai... mas vai mesmo.

E a cunhamanhola??? (é assim que ele chama... claro que é sacanagem)... Ele chegava com a bike em casa e, do jeito que ela estava, ficava... até o próximo treino.
A caramanhola ficava verde de musgo. E se vacilar nem a água ele trocava...kkkkkkk

Trisubmarino
Numa prova, acho que do Santa Cecília, no inverno... estava cansado de ver Triathletas nadarem com roupa de borracha.
Falei... tô nessa...eles vão ver.
Cheguei com meu neoprene de surf, vesti e fui...
O “trisubmarino” quase não sai do mar...hahaha... mas não passei frio.

Pra quem não sabe, a funcionalidade da roupa de surf é oposta à da roupa de natação, embora sejam feitas de materiais parecidos.

Jogar sinuca
Quando me lesionei seriamente no futebol, tive um rompimento quase total do tendão de Aquiles.
Meu grande amigo, ex-sócio e guru profissional, Waldir, me levou ao então top da medicina.

Era o responsável pelo SFC, que me disse na bucha:

- Amanhã vou te operar e depois você vai ser um ótimo esportista. Vai poder jogar sinuca, porrinha, tomar cerveja, jogar dominó e baralho.

Saí da sala dele numa perna só e nunca mais voltei.
E me curei (curei ???) em “apenas” um ano e meio, caminhando (depois que consegui colocar o pé no chão), andando por dentro do mar e fazendo outras coisas da minha cabeça (neanderpaciente).

Mais recentemente, encontrei-o na praia e fiz questão de falar-lhe:

- Obrigado...tô bem, jogando baralho, dominó e sinuca. E também indo para meu sexto Ironman.
Acho que ele não entendeu pôrra nenhuma...rsrsrs.
Provavelmente, nem se lembra de mim.

Pé de pedra
Voltei a correr descalço.
Um dia, depois de um Triathlon, cheguei em casa e andava pela sala ouvindo um “risc...risc...risc...”.

- Neuza, tá ouvindo?
- Tô. Que é isso?
- Sei lá. Vou tomar banho.

Entrei no box e, esfrega daqui e dalí, passei a mão no calcanhar.
Caraca! Tinha um caco de vidro de carro, espetado.
E eu não sentia nada. O bicho estava ali e eu nem aí.

Me chamavam de “Pé-de-pedra”... de “Sirizeiro”.

Sirizeiro é um cara folclórico.
Vendia ou vende caranguejos na estrada.
E fez várias provas de Triathlon correndo descalço.


Talvez, um dia, quem sabe, esmiúce mais essas histórias.
Por enquanto só quero dizer que é bom ter histórias.
Principalmente quando elas não são pesadas e nos fazem dar umas boas risadas ao relembrá-las.

PQP... Já sei de onde me vieram as lembranças...
Estava simplesmente fazendo um retrospecto e me peguei rindo muito....

3AV
Marco Cyrino