sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Insano 2018 - Relato de Prova


Este relato não será muito longo porque, provavelmente, farei mais uns dois complementares, sobre assuntos conexos.

Viajamos na sexta-feira, antevéspera da prova, coisa que normalmente não fazemos, uma vez que optamos por viajar de carro de Santos para Guaratuba-PR, ou mesmo para Floripa, em provas como Insano, Challenge ou Ironman.

Mas, desta vez, nossos compromissos em Santos fizeram com que decidíssemos viajar na sexta-feira mesmo.

Pegamos um "puta" perrengue de 2h30m para percorrer apenas 10 km na BR, devido a obras na estrada.
A viagem, que já é longa (umas 6h30m), levou quase 9 horas.
Haja lombar.

Sábado, foi a "correria" de sempre...

Acordar, tomar café no excelente Villa Real Hotel (literalmente, "na cara" da prova), voltar para o quarto, começar a organizar as coisas e desorganizar as malas, checar onde seria a entrega dos kits etc.

Surpresa positiva, a entrega dos kits foi no local da prova, ou seja, descer do quarto e atravessar a avenida da praia.

Do nada, já tá chegando o horário de dormir pra fazer a prova na manhã seguinte.
Bóra preparar material de prova, alimentação de prova, hidratação de prova, etc.

Ufa! Consegui deitar para dormir, ou apenas descansar, por volta das 21:00h.
Largada às 08:05h, fechamento da transição às 07:15h... Dá pra dormir um pouco.

Acordei, me alimentei, cumpri os demais compromissos... E fui!

Entrei na transição às 6:45h.


Não estava (e não estou) na minha melhor forma (se é que um dia voltarei a ela... rsrsrs).
Voltando de lesões que tive, fazendo uma programação de treinos muito discutida e estudada com o meu técnico Silvão.
Dando muito trabalho a ele, por conta dos compromissos pessoais etc. e tal.

Aprontei minhas coisas na transição, analisei minha posição nela (a transição) para decidir se deixava as sapatilhas clipadas na bike ou se as deixava ao lado da bike.
Decidi deixá-las ao lado da bike.
Boa decisão. Minha posição era muito próxima da saída. Valeria a pena.

Havia feito bons treinos de natação, pois havia tido alguns perrengues nessa etapa, nas últimas provas. Estava confiante.

Vesti a roupa de borracha, dei uma aquecida, uma alongada...
Uns 40 min. antes de minha largada, entrei no mar para verificar as condições...
Água fria (não vou dizer gelada, mas bem fria), arrebentação chata.

Natação em losango... Segunda bóia lá na "Casa do C..." kkk
Pensei: -

Caraca! Tem mais de 2.000 m de água!


Soou a sirene...


Natação

Bóra correr pro mar.
Entrei da forma como pensei, mantendo a FC baixa, correndo leve até a primeira série de ondas.

Primeira onda quebrando... Mergulhei, passei por baixo de boa, já ultrapassando uns atletas que, na entrada da água, estavam bem na minha frente.
Tomei um sacode, mas nada demais.

Segunda onda, maior, veio quebrando... Mergulhei, tomei o "sacode" e... Taquepareo! Parecia que havia tomado um tiro no músculo da lombar, aliás, acima da lombar, lado direito, altura do rim.

Tentava respirar e parecia que ia me afogar. Respiração curta. A roupa de borracha parecia apertar tanto na região afetada, que tive a nítida impressão de que, pela primeira vez, iria desistir de uma prova.

Realmente não sabia o que fazer.
Aliás, sabia. Chamei o caiaque da segurança da prova.
Pra falar a verdade, nem lembro se era um caiaque ou alguém em um Stand Up.
Só pedi para ele ficar ao meu lado, porque, experiente que estou ficando nessas situações, já sabia que, se usasse auxilio da segurança, estaria fora da prova.

Preciso ficar bem esperto na natação! Cada prova é um perrengue!

Enfim, boiei de costas (depois da prova, o Kuma me perguntou se era eu que estava nadando de costas, ao lado dele).

Tentei nadar normal e não conseguia, tamanha a dor.
Decidi tentar abrir a roupa de borracha, para descomprimir a musculatura que estava pinçada.
Depois de várias tentativas, tomando mais algumas ondas na cabeça, mais alguns sacodes, finalmente consegui.
Parecia que havia me libertado de uma camisa de força.
Ainda assim, só consegui ganhar algum ritmo de natação naquela bóia lá na "Casa do C...".

Dali para a praia, foi até sussa, já nadando quase normal, porém com a roupa de borracha cheia de água. kkk

Pronto, o pior já passou, porém, com um desgaste físico além do previsto, muito além.


Ciclismo

Transição normal para o pedal, sem intercorrências.

Saí para pedalar tentando aumentar a diferença para o Kuma, meu "adversário" na prova, que corre pra cacete.

Note-se que "adversário" não é inimigo, tá?

Aos poucos, fui aumentado minha diferença para ele, nas 3 voltas de 20 km cada.

Ao chegar à transição, sabia que a minha diferença para ele não era confortável.
E minhas costas estavam "me matando".


Corrida

Ah... Agora 16 km de corrida, com 8 subidas.

Bom, o Kuma vai me passar, mas vou dar trabalho pra ele. kkk

Em nosso primeiro encontro na corrida, já percebi que a diferença não era grande... Uns 4 minutos, para uns 12 km de corrida que ainda faltavam.

Em nosso segundo encontro na corrida, a diferença havia caído para menos de 2 minutos. E o cara vinha forte, sendo que eu já estava sentindo o desgaste.

Pensei:

- Não vou olhar pra trás.
Vou fazer a melhor corrida possível, sabendo que ele vai me ultrapassar antes das 4 últimas subidas. E, se isso não ocorrer, vou continuar não olhando pra trás.

Retão da praia... Nada de ele me alcançar.
Chegando perto das subidas... Nada!
Subidas... Neuzita no meio da primeira subida.
Passei por ela e disse:

- O Kuma tá vindo babando aí.

Desci as serras pensando:

- Saiu um sol pra cada um. Eu tô quebrado, mas consegui treinar várias subidas. Não é possível que ele também não esteja sentindo. Acho que, se ele me ultrapassar, vai ser no retão final.

Fiz o retorno para as duas últimas subidas e, quando nos encontramos de novo, percebi que a distância já me permitia diminuir o ritmo, antes que eu tivesse um "piripaque"... kkk

Daí pra frente, olhava pra trás o tempo todo. kkk

Melhor surpresa, consegui chegar na frente, sem achar que conseguiria.
Mas, a prova foi dura para todos.


Parabéns Carlos Kumakola!

Eu não teria conseguido uma performance boa, se você não estivesse na prova. Certeza.

Eu o vi chegando cheio de câimbras (e depois confraternizamos).  

Depois, conversando sobre o meu problema na natação, ele me mandou virar de costas (ôps... kkk) e me deu mais um sacode (já não bastaram os do mar?) que me aliviaram imediatamente as dores nas costas.

Pô! Havia esquecido que o cara é Quiropraxista.

Aí fiquei bravo, briguei com ele:

- Grande amigo, hein?
Viu que eu passava perrengue no mar e nem pra me ajustar a coluna lá mesmo?


Na premiação, recebemos uma péssima notícia da organização.
A Juliana anunciou que não haverá Triathlons promovidos por eles, em 2019.
Motivo para um post especifico.

No próximo, que será bem próximo, publicarei as imagens da prova.

Parafraseando Datena:

-BI DÊ IBAGENS!



Aloha!

3AV
Marco Cyrino