segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Simplesmente, eu não consigo!


Ah... Como eu gostaria de me dedicar 100% ao Triathlon.
Simplesmente, não consigo!

De largar tudo de mão e treinar como se fosse a última coisa do mundo a ser feita.
Simplesmente, não consigo!

De acordar todos os dias, sem me preocupar com mais absolutamente nada na vida.
Simplesmente, não consigo!

Acordar, treinar, me alimentar, descansar e partir para o próximo ciclo.
Simplesmente, não consigo!

Não que eu não pudesse. Talvez, e somente talvez, pudesse sim.
Simplesmente, não consigo!

Hoje, sou um dos poucos que poderiam fazer isso. Se quisesse.

Consigo, sim, me dedicar o máximo que posso.
O que significa "o máximo que posso"?
É aquilo que temos a maior dificuldade de discernir entre o que podemos, queremos e conseguimos fazer, entremeando com o que é necessário fazer.

Quem não tem sua vida pessoal?
Namorar, se divertir, buscar qualidade de vida.
Interagir com o seu lado espiritual, se o tiver.
Cometer pequenos abusos.
Equilíbrio nessa busca, na minha humilde opinião, é o objetivo.
Nem tanto lá, nem cá.

Eu, particularmente, hoje poderia me dar ao luxo de, caso quisesse, me dedicar quase que exclusivamente ao Triathlon e conseguir finalmente atingir objetivos nunca dantes imaginados.
Simplesmente, não consigo!

E não consigo porque também não quero atingir tais objetivos à custa de abandonar os demais itens de minha vida que me fazem mais feliz.

Ser atleta amador ou profissional, profissional de qualquer área, exige uma dose enorme de dedicação.
Tudo tem seu tempo.
O meu ainda não passou.
Mas, não quero ser escravo disso.
Sou feliz com o que tenho e com a vida que levo, tentando equilibrar dedicação aos treinos, provas, vida familiar, vida amorosa, diversão, pequenos abusos, entendimento e envolvimento espiritual, ajuda ao próximo (naquilo que posso, seja material ou pessoal), entre muitas outras coisas que, neste momento, me fogem à memória.

O que simplesmente não consigo é ficar quieto, irrequieto que sou.

Sem nenhuma demagogia, mas todos nós podemos fazer melhor em tudo.

Não vou fazer mais nada de treinos, de provas, de envolvimento espiritual, de caridade, de envolvimento com a família, com diversão, com tudo enfim...

Ah... SIMPLESMENTE, NÃO CONSIGO!


3AV
Marco Cyrino


quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Treinos indoor e outdoor


Pegando carona numa publicação do Marlus Cesar Anderson, em um grupo de Triathlon do Facebook (Ironman Brasil), sobre treinos de corrida em esteiras...

Vou estender o tema para treinos de natação, ciclismo e corrida indoor.

A pergunta dele foi simples e objetiva:

- É mais fácil correr na esteira ou na rua?

Nesta postagem, amplio a questão para: mais fácil, prazeroso e/ou eficaz treinar outdoor ou indoor, quaisquer das três modalidades?


Apenas a minha opinião...


Natação
Sem dúvida que, para quem pode, é muito mais fácil, prazeroso e eficaz treinar em águas abertas, como o mar de Santos.

MENTIRA!

Praticamente impossível treinar outdoor sempre.

Fácil... Não é.
Clima, tempo disponível para chegar aonde o mar permite nadar (tipo Ponta da Praia), temperatura da água.

Prazeroso... Se tudo estiver do jeito certo, vai ser muito prazeroso.
Só que isso vai acontecer em no máximo 1% dos treinos.

Eficaz... Nem tanto.
Ótima opção para se adequar ao ambiente de prova, navegação, etc.
Mas, não dá para realizar treinos específicos como séries, educativos, etc.
Mencionei o mar, mas vale também para quem pode nadar em lagoas, rios, etc.
Penso que nesses casos é ainda mais difícil.

Particularmente, no verão, consigo fazer uns treinos de natação bem legais no mar. Mas apenas de resistência.

Absolutamente necessário ter um lugar para treinar em piscina.


Ciclismo
Neste tópico, não tenho a menor dúvida. Muito melhor treinar outdoor.

MENTIRA, NOVAMENTE!

É melhor e é pior.

Fácil... Não é.
Assim como na natação, influem muito o clima, o tempo disponível para chegar aonde se pode pedalar com segurança, a logística para isso (hidratação / alimentação / transporte / money).

Prazeroso... Novamente, assim como na natação, se tudo correr muito bem, é imbatível.

Eficaz... Bem, aí temos que discernir que, treinar outdoor é sem dúvida, necessário.

Porém, os treinos indoor, principalmente no rolo, são muito eficazes.
Há "n" treinos possíveis, de curta duração, que permitirão uma boa evolução.
Além dos treinos no rolo, treinos de pedal indoor em academias (desde que com bons profissionais) são extremamente eficazes para melhorar a performance.

De minha parte, depois de dois tombos, graças a Deus sem nenhuma conseqüência séria (e, principalmente, depois da passagem do Clarindo e, mais recentemente, do Chiquinho Mattos, na Rio/Santos), cagão que já era, evito bastante os treinos outdoor.

Tenho feito uns 90% dos treinos no rolo.

Nos demais 10%, me preparo para fazer uma viagem ao Riacho Grande, lugar em que consigo pedalar com maior segurança.

Algumas diferenças entre treinar indoor e outdoor.

Ventilação
Impossível manter uma ventilação indoor próxima daquela de pedalar na estrada. Como devo ter o radiador defeituoso, desidrato muito nos treinos indoor.

Posição
Nos treinos outdoor, estamos o tempo todo mudando nossa posição, seja para olhar para trás, seja para fazer curvas, seja para pequenas ou grandes subidas. Já, no indoor, é aquele marasmo.

Ritmo
Nos treinos outdoor, mudamos o ritmo de acordo com a necessidade.
Subimos fazendo força e descansamos nas descidas.
No indoor, é pedalar 100% do tempo.


Corrida
Não gosto de correr em esteiras, pela já mencionada característica particular minha: devo ter o "radiador" defeituoso e, em corrida indoor, desidrato muito por falta de ventilação, o que não ocorre na rua.

Mesmo com chuva, prefiro correr na rua.
Depois do primeiro quilômetro, a chuva já não atrapalha.

Mas, a esteira é um ótimo recurso para treinos de até uns 15 km, desde que variando velocidade e inclinação.
Para tiros também é ótima, porque nos obriga a manter determinada velocidade pelo tempo ou distância prescritos.

Falando em inclinação, recomendo que todo treino em esteira seja feito com uma inclinação de 1 grau. Isto compensa a falta de inclinação do nosso corpo e também o fato de não "puxarmos" o chão, como na corrida de rua.


Este foi o comentário que coloquei na postagem do Marlus.
Penso que resume o que colocaria a respeito de correr indoor ou outdoor.

Por último... como o Blog é sobre Triathlon, estas opiniões servem principalmente para aqueles que estão iniciando nesse esporte.

Muitos nadadores, ciclistas e corredores irão discordar de minhas opiniões (ou não)... e muitos Triathletas veteranos também (ou não).

Mas creio que, para os iniciantes ou intermediários, elas podem ajudar.
Aliás, esta é a "missão" deste Blog.


Bons treinos, boas provas.
Aloha!

3AV
Marco Cyrino


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Conselhos e mais conselhos


Sobre resiliência x sabedoria

Ter resiliência é, entre outras coisas, saber superar adversidades, dores, momentos ruins, etc. E até mesmo crescer através dessa superação.

Ter sabedoria é entender que, em muitos momentos, a resiliência pode nos prejudicar.

Como em casos de lesões...
Não adianta ter força mental para seguir em frente, sem antes investigar...
Lesão é lesão e a resiliência virá através da paciência para curá-la e não para suportá-la.


Sobre apenas treinar as 3 modalidades

Cadê tempo para fazer todos os treinos de natação, ciclismo e corrida?
Imagina então acrescer treinos de musculação, alongamento, equilíbrio, entre outros.
Nem pensar, né?
Aconselho, sim, a pensar a respeito.
Não sou o melhor exemplo e pago por isso.
Casa de ferreiro, espeto de pau.


Sobre competir apenas para obter resultados

Em primeiro lugar, que tipo de resultados?

De classificação na prova?
De sua evolução?
Existe uma baita diferença.

Resultados em provas, em relação aos concorrentes?
É bom, mas não fundamental. A não ser que você seja profissional.
Mas, então, você já deve ter uma assessoria muito boa em todos os aspectos... ou não, né ?

Sua evolução?
Melhor ainda.
E sempre levando em consideração que cada prova é uma prova.
Apenas para exemplo, fazer o Internacional de Santos, com mar calmo, pouco vento e não muito calor, <ou> fazer, na mesma distância, o TB na USP, com água gelada e pesada, circuito de ciclismo travado e corrida com algumas subidas.
Óbvio que não dá para comparar.
Ainda tem outros fatores como vácuo, transição, etc.

Aconselho a competir apenas consigo mesmo. O que vier é sempre lucro.


Sobre equilíbrio geral

Este, na minha ótica, é o principal tópico.
Equilíbrio.
E falo apenas por mim...
Aqui não vai conselho algum.
Vai apenas a forma como encaro o Triathlon.

Equilíbrio entre fazer por gostar ou fazer por obrigação.
Obrigação de mostrar resultados aos nossos próximos, que na maioria das vezes nem próximos são.
Tô fora.
Faço porque gosto.

Equilíbrio entre gastar o máximo, muitas vezes sem condições financeiras para isso, ou mesmo privando-se de coisas mais prioritárias, para aparecer bem na foto.
Tô fora.
Gasto o necessário para a minha saúde.
Quanto aos equipamentos, uso os que tenho, até estarem quase no osso... e depois eu os dôo (exceto bike, que dá pra usar na troca... rsrsrs).

Equilíbrio principalmente quanto aos nossos relacionamentos.
Não os virtuais, mas os presenciais.
Eu, particularmente, tenho uma família que me apóia e me incentiva. Não tenho problemas com relação a isso.
Mas, conheço alguns que tem. E muitos.

Equilíbrio.
Equilíbrio até mesmo quanto a comer e beber.

Conheço uma piadinha que, em resumo, diz que o cara chegou ao médico dizendo que queria viver até os 110 anos.
O médico o questionou sobre se comia carne vermelha, se fumava, se bebia, se freqüentava baladas, se jogava, enfim, se tinha algum vício.
A resposta foi negativa para todas as questões.
Daí o médico olha bem dentro dos olhos dele e pergunta:
- "Afinal, pra que tu queres viver até 110 anos?"


Sem radicalizar, mas é mais ou menos por aí.

Como diria o Pedro Pedreira (Escolinha do Professor Raimundo):

- "Há controvérsias."

Aloha!

3AV
Marco Cyrino