sábado, 10 de dezembro de 2016

Challenge-Floripa e as forças da Natureza

Semana estranha.
Já minha inscrição para o evento foi estranha.
Nada a ver com a organização. Apenas comigo mesmo.

Climas estranhos
O clima em Jurerê, quando chegamos quinta-feira à tarde, estava estranho.
E não estou falando do clima relacionado a chuva, frio, calor, etc.
Estou me referindo ao clima das pessoas.

Foram 6 Ironmans, o evento embrião do Challenge (Tri Dash), o primeiro Challenge e...
As pessoas, locais, atletas, acompanhantes, staffs, organizadores, enfim... o local estava como sempre... mas, o clima.... ah... o clima não era o mesmo.
Sequer na ótima Pousada dos Chás, onde nos encontramos com o brother Fernando Rocha, Izabel e família.

Saí para dar uma corridinha apenas para movimentar o corpo e colocar a carcaça em estado de alerta.
Passei por muitos atletas correndo, pedalando, confraternizando, mas... o clima...

Abreviando um pouco, tomamos o chá/jantar na Pousada, arrumamos as coisas, saímos para comprar algumas coisas básicas, comemos alguma coisa e voltamos para descansar.

Dia seguinte, pegar kit, ver a feira, checar tudo. Bom... rotina pré-prova.

Com o passar do tempo, continuava me sentindo incomodado com o clima. Agora com OS CLIMAS. Tanto o clima das pessoas quanto o do tempo em si.

Desde a nossa saída de Santos, eu acompanhava as previsões do tempo e não eram das melhores. Tampouco das piores. Na sexta-feira nem verifiquei.

Já, no sábado, fucei em todos os sites de previsão de tempo e uns não se entendiam com os outros.
A pior previsão foi da Climatempo, que colocou alerta laranja com ventos de aproximadamente 80 km/h.
Uns diziam que seria suça.


Evidente que um dos motivos do "baixo astral" foi o absurdo acidente (nem vou me manifestar a respeito) com o vôo da Chapecoense.

Na sexta e no sábado, até quando houve energia elétrica, todas as mídias eram totalmente focadas nisso. E, pelamordeDeus... nada contra... estavam cumprindo sua obrigação. Mas, que é massacrante... é.

Para completar o clima, ainda houve, na madrugada da cobertura jornalística da tragédia, a tramitação no congresso nacional (com letras minúsculas mesmo) de verdadeiras formações de quadrilhas, em total desrespeito à sociedade, em todos os sentidos.


Forças da Natureza, estragos, cancelamento
Como costumo fazer em vésperas de provas, não foquei muito nesses assuntos.
Caso contrário, acabo fazendo merda na prova.
Mas, como diz o ditado, o que já não está bom pode piorar.
O tempo não melhorava, ao contrário, piorava.
Chegamos com tempo encoberto e, aos poucos, chovia por períodos maiores.
E também ventava mais.

No sábado, o Fernando fez o "Sprint" e pegou um excelente 2º lugar.
Bom... foi o único que competiu... kkkk. Sendo que ele iria fazer o Half também.
Congratulations, man!

Sei que houve uma falha da organização ao fazer largada em ondas no Sprint, sendo que, uma categoria, a dele, largou em horários diferentes, afetando provavelmente o resultado. Mas, deixo para ele se manifestar, se quiser, já que não participei.

No sábado, também houve o Challenge Woman – corrida de 5 km prevista para as 17:30h.
Ainda bem que a Neuza não se inscreveu. Porque seria uma prova de natação, tanta era a chuva que caia. Parece que, inclusive, houve um adiamento na largada, de tanta água que caía.

Daí para frente, o tempo só piorou.
Uma chuva torrencial, com ventos aumentando de intensidade absurdamente.

Lá pelas 21:00h, houve a primeira queda de energia.
Já tentando dormir, nem liguei muito.
Pela madrugada afora acordei (se é que dormi) várias vezes com o vendaval e o aguaceiro.

Na hora de levantar, 03:45h da madruga, acabou a energia de vez.
Aí começou a odisséia.
Vamos.
Não vamos.

Descemos.
Comemos algo, arrumamos tudo e... nada de voltar a energia.
Celular, Internet, tudo fora do ar.

Bom... o resto acho que todo mundo já sabe. Caos total na cidade.
Primeiro, prova adiada. Depois, transformada em Duathlon e, por fim, cancelada.

Ficamos, Fernando, Vilela e Zezé, alguns atletas e eu, debaixo de uma tenda que milagrosamente não havia caído, aguardando o posicionamento da organização e olhando ao redor os estragos.

Absurdo. Nunca havia passado por situação semelhante. E olha que já passei por enchentes, vendavais, etc.
Banheiros químicos virados. Grades de aço vazadas derrubadas. Tendas rasgadas. Cadeiras e mesas viradas. Cones em locais improváveis. As capas de chuva das bikes... ah, essas estavam em copas de árvores, na praia e na Av. dos Búzios.

A organização informou que todas as bikes ficaram íntegras e de pé.
Sei que fizeram o melhor, mas.... impossível.
A minha está com um ralão de queda, no guidão.
Reclamação? Nenhuma.
SEI QUE FIZERAM O MELHOR. E imagino o que passaram.

Quando, finalmente, anunciaram o cancelamento, juro que fiquei eufórico.

Cagão, eu?
Sim. Já passei minha fase de herói. Podem e, provavelmente, vão aparecer alguns "corajosos", recriminando a decisão.
Talvez alguns que sequer tenham cumprido um treinamento adequado venham a postar algo como:

- Porra... treinei exaustivamente durante 3 meses e nunca estive tão bem preparado. Tinha que ter feito. Bando de cuzões.

Tomara que não. Pelo que vi, praticamente 100% dos Triathletas conscientes concordaram com a decisão.

Prejuízos para todos.


Rescaldos e compensação para os atletas
Agora, com relação à organização e às conseqüências da decisão...
Falei logo de cara para o Fernando, Vilela, alguns atletas e meu coach, Silvão:

- Sei dos imensos prejuízos que a organização teve. No lugar deles, eu decidiria algo como transferir gratuitamente a inscrição para qualquer evento do Challenge no Brasil, por 2 anos.

Isso porque a maioria dos Triathletas já tem um calendário para 2017 planejado.
No meu caso, já estou inscrito para o Iron de Floripa 2017. Logo, algumas outras opções ficam prejudicadas. Além disso, existem os compromissos pessoais já assumidos.

Aí... na terça-feira, recebi pelo zap mensagens sobre a decisão da organização:

""Mas somos uma família, a família do Triathlon, e queremos oferecer aos atletas que realizaram o bike check-in um desconto de 40% no valor do ingresso de APENAS UM dos eventos (incluindo taxa de conveniência) do CHALLENGE FAMILY no Brasil, à escolha do atleta, mediante demanda e número disponibilizados por evento. Este desconto será somente para o Half-Distance do CHALLENGE CERRADO, CHALLENGE MACEIÓ e CHALLENGE FLORIANÓPOLIS do ano de 2017. Fazemos isto em prol do atleta, em prol da nossa família, em prol do Triathlon.""

Juro que, embora entendendo todos os perrengues, fiquei irritadíssimo.

Logo depois recebi outro zap com o comunicado:

""Em data de ontem, 05/12, apoiados na regulamentação e teoria jurídica alemã do Challenge Family, orientador das regras internacionais para franquias, divulgamos comunicado em nosso mailing e na mídia especializa oficial do evento All Trinews, sobre a posição da organização do evento, oferecendo aos atletas inscritos na referida competição, desconto de 40% nas inscrições para as provas da franquia no Brasil em 2017.
Porém, após estudo e análise da situação, sob a luz da realidade brasileira, o Challenge Florianópolis, em uma atitude de respeito aos triatletas e visando o crescimento do Triathlon internacional, decide, EM SUBSTITUIÇÃO À PROVA DE 04/12/2016, CANCELADA, oferecer realocação dos atletas que realizaram o bike check-in, no dia 03/12, no Challenge Florianópolis 2016, das 13:00h até o encerramento do mesmo, nas provas de Triathlon a serem realizadas conforme calendário de 2017, de forma não cumulativa, da seguinte forma:

1. Isenção da taxa de inscrição em uma das etapas; ou
2. 40% de desconto em cada uma das três etapas do ano de 2017.""

Decisão muito sensata.
Parabéns à organização.


Talvez ainda faltem mais palavras para este post, mas já está longo o suficiente.


Algumas fotos do estado em que ficou o local.
















Algumas notícias sobre o que aconteceu na Ilha... e os piores estragos ocorreram no sul dela.





Informações sobre como proceder com relação às inscrições, condições e prazos, no FB do Challenge.




E por último, um vídeo com uma música que, a mim, me basta.




3AV
Marco Cyrino