sábado, 26 de julho de 2014

Bikes - Pontos de Contato - Specialized Sitero - Impressões pessoais

Retomando o tema de nosso post de janeiro/2012 - Bikes - Pontos de Contato.

Depois de muitos anos à procura do banco (selim) ideal para as provas e treinos longos, acho que o encontrei.

Pelo menos, foi o selim ao qual melhor me adaptei.

Já havia tentado o famoso Adamo



Infelizmente, não me adaptei bem a ele.
Talvez não tenha tido a necessária paciência para isso.
Conheço muitos atletas que se adaptaram perfeitamente e hoje não o trocam por nenhum.

O fato é que ele realmente elimina o contato mais forte com a região, digamos, mais nevrálgica das partes baixas, eliminando com isso aquele incômodo característico, que chega às vezes ao adormecimento.

Porém, o bico duplo exerce um contato muito maior com os ossos das nádegas (ísquios), causando desconforto por um tempo.
No meu caso achava que esse desconforto seria eterno.


Voltei ao bom e velho Fizik Arione Tri2, com o qual já estava habituado...



Esses bancos mais convencionais, independentemente de sua textura, material, formato, exigem no meu caso algumas pedaladas em pé a cada "x" período de tempo "x", para "desafogar" aquela região.

E, quanto maior o tempo pedalando, menor esse "x" vai se tornando, ou seja, mais freqüentemente tenho que desafogar.

Specialized Sitero

Já na reta final de treinos para o Iron, meu camarada Fernando T. Rocha me mostrou sua mais nova aquisição "bundística": o Specialized Sitero.

Gostei e o procurei na Bike Shop, aqui em Santos.
Não havia disponível, mas estava para chegar.

Confesso que não acreditava muito que esse selim iria resolver definitivamente os problemas, mas, qualquer melhora seria sempre bem-vinda.

Usei-o em poucos treinos (todos longos) antes do Iron.

Nunca me senti tão confortável.
Pela sua anatomia, ele realmente alivia a pressão na região mencionada, sem exercer pressão adicional em outros locais.

Inclusive, para quem usa a bike TT, parece que ele te "empurra" para a posição clipado, ajudando a permanência nessa posição por um período bem maior.

Quando o Fernando comentou isso comigo (empurrar para a posição clipado), achei que estava exagerando.
Mas, ao longo dos treinos, percebi que realmente ajuda.


Imagens dele instalado na minha bike

1-Superior traseira

2-Superior dianteira

3-Lateral com suporte

4-Superior

5-Superior próximo


Imagens dele em links




3AV
Marco Cyrino


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Elas, as Ironwives


Já fiz um post a respeito...

Um bom tempo depois do 5º Iron que fizemos (sim, ela também fez, né?) ela encontrou esta matéria publicada no próprio dia da prova.

Nada mais justo do que publicá-la no aqui:




Justa homenagem a todas as Ironwives, na verdade a todas Triwives.


3AV
Marco Cyrino


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Onde a soberba e a falta de humildade imperam, um dia a casa desmorona


Que isso valha para todos nós brasileiros.
Deveria valer para todos os seres humanos.

Ainda bem que a queda foi feia, inequívoca, sem blá, blá, blá ou mimimi.

Uma entidade (cbf) retrógrada, corrupta, mantenedora de federações estaduais idem, rechaçada de mentirinha pelos governantes idem. 
Merecem ser humilhados do jeito que estão sendo.

Pena que o povo brasileiro é humilhado de roldão.

Isto poderia ser um post político, mas não é...

Uma comissão técnica retrógrada, sem humildade sequer para reconhecer seus erros. Escolhida por motivos políticos (internos), após o técnico anterior ter finalmente feito o time "encaixar". E não é defesa ao ex-técnico.

Eu, mais do que ninguém, torci por esta seleção.
Mas, no íntimo, sabia que algo ruim estava por acontecer.

Então somos privilegiados.
Privilegiados porque não é sempre que algo tão latente vem à tona de forma tão clara, tão cristalina.

Poderíamos ter perdido apenas de 1 x 0, que seria natural e merecido.
Mas algo fez com que Neymar não pudesse participar dessa vergonha.
Esse moleque tem um "carma" pequeno, como disse minha irmã.

Tomamos 4 gols em 6 minutos e a comissão técnica não foi capaz de uma atitude sequer, dando a verdadeira demonstração de soberba, de que "aqui quem manda sou eu".

Culpados não são os jogadores, nenhum deles. Nem o Fred.
Coitados, eles pelo menos (não sei se todos) mostraram ou tentaram mostrar humildade.

A Copa no Brasil, por tudo o que representou, não merecia um desfecho desses.
Que ao menos sirva para que algo bom nasça disso.

E que não apareçam depredações, manifestações grotescas, etc.

Isso não é política.
Poderia ser, mas não é.
É somente uma prova de que...

Onde a soberba e a falta de humildade imperam, um dia a casa desmorona.


3AV
Marco Cyrino


Lesões....................................... no futebol

Em tempos de final de Copa do Mundo e, em sendo essa Copa no Brasil, impossível para alguém como eu, apaixonado por futebol, não falar a respeito, mesmo sendo este um site primordialmente sobre Triathlon.

Quero falar a respeito de determinadas lesões que vêm ocorrendo nas partidas, inclusive nas de primeira linha (Campeonato Brasileiro, Champions League, Libertadores, Mundial de Clubes e Copa do Mundo de Seleções, inclusive).

A lesão sofrida por Neymar, conseqüência de uma entrada nada leal do jogador colombiano Camilo Zuñiga, mostrou que a FIFA já perdeu a hora para adotar medidas cautelares que minimizem esses eventos.

Cabe dizer que o futebol tem poucas regras e aquelas que regem as faltas são interpretativas.

A FIFA emite orientações para os árbitros quanto ao que deve ser interpretado como falta e inclusive quanto àquilo que deve ser considerado como falta suscetível de punição, seja por cartão amarelo ou até mesmo expulsão (cartão vermelho).

Antigos carrinhos
Assim foi há alguns anos com o chamado "carrinho" e principalmente o "carrinho de frente" (vejam esta matéria interessante: A moral e a ética do carrinho no futebol).

Naquela época, era comum vermos atletas sofrerem fraturas ou lesões de ligamento provocadas por esse tipo de jogada.

Com a orientação de punir os jogadores que a praticam, mesmo que estes não atinjam o adversário, houve uma diminuição substancial dessas ocorrências.

Atuais cotovelos
Ultimamente, têm ocorrido um monte de lesões nas regiões da nuca, cabeça (couro cabeludo), supercílios, pescoço, costas, etc., decorrentes de uma mania que considero recente dos jogadores:

Ao subirem para disputar uma bola pelo alto, todos adotam como "forma de proteção" erguer os braços com os cotovelos à mostra para o adversário.

Por conta do grande número de lesões, bem como da aceitação desse procedimento por parte dos juízes, os médicos dos clubes já levam em suas maletas de primeiros socorros (acreditem...) toucas de natação.

Sim, toucas de natação para segurar os curativos que cada vez mais se fazem necessários em um jogo de futebol.

No meu tempo de jogador (fui melhor jogador de futebol do que sou Triathleta), ao subir com um adversário para disputar uma bola pelo alto, o máximo que nos permitíamos era um leve jogo de corpo (com os ombros) visando a deslocar o oponente no ar, ou uma discreta puxada pela camisa (perto da cintura) para "subir" mais do que o outro.

Atuais entradas
As entradas por trás, com um dos jogadores parado e outro vindo pelo alto (a pretexto de disputar a bola), também têm causado diversas lesões, inclusive a do próprio Neymar, alijado do resto desta Copa e provavelmente de mais alguns jogos pelo Barcelona, seu atual clube.


Repetindo, a FIFA já perdeu a hora de considerar esse tipos de faltas como passíveis de punição para ,conseqüentemente, diminuir a quantidade de lesões.

Simples assim... como o carrinho.


Comparando punições
Apenas para não dizer que não falei das flores...

No caso do "Canibal Luizito Soares", apesar de estar lendo muita coisa a respeito da punição sofrida por ele, em face da não-punição ao Zuñiga, há que se entender não existir a menor sombra de dúvida de que a mordida foi intencional.
Apenas isto já justifica uma punição.
Se ela foi ou não extremada, já é outra história.

No caso do Zuñiga, apesar das minhas convicções, resta a ele o beneficio da dúvida, quanto a ter sido (ou não) intencional.

Abaixo, algumas imagens apenas ilustrando esse aspecto...
   









3AV
Marco Cyrino


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Aspectos da prática de Triathlon para Atletas Masters (Parte I - A idade importa?)


Este post veio bem a calhar, quando meu irmão Alfredo me passou o texto original, logo após o Ironman Brasil deste ano.

Li e reli várias vezes, me encaixando em muitas das situações mencionadas nele, inclusive quando do período de treinos para essa prova.

Já com praticamente 57 anos, vejo que algumas coisas necessárias à manutenção das condições físicas acabam sendo deixadas de lado, sendo que, mais à frente, pagamos o preço por isso.

Musculação e alongamento (v. abaixo: "Massa Muscular" e "Diminuição de flexibilidade") deveriam fazer parte obrigatória da programação de treinos de Triathletas dessa faixa etária em diante, além de outras coisas que, quando mais jovens, relegamos ao segundo plano.

Esta é a nossa versão livre para a matéria publicada em 7 de abril de 2014, no site Ironman.com:

Triathlon for Masters Athletes: Does Age Matter?
Triathlon para Atletas Masters: A idade importa?

Trata-se de um artigo contendo trechos do e-book do treinador Ian Stokell:

Triathlon for Masters and Beyond
(Triathlon para Masters e Além)


Vamos ao artigo...


Triathlon para Atletas Masters: A idade importa?
Em que se deve prestar atenção ao entrar nos anos mais avançados de treinamento e competição.

Este novo livro do treinador de Triathlon Ian Stokell abrange as preocupações especificas que os atletas com mais de 50 anos enfrentam ao treinar para Triathlon.

Esta série de trechos oferece um vislumbre sobre a sabedoria do livro, a respeito da manutenção da condição física, à medida que os anos avançam.


Trechos de "Triathlon para Masters e Além", de Ian Stokell

O processo de envelhecimento afeta a todos, por diferentes maneiras, dependendo de inúmeros fatores: da genética à história de lesões, do nível de condicionamento físico ao estilo de vida, do peso atual à adoção de uma atitude mental positiva.

Alguns aspectos da fisiologia simplesmente declinam bem pouco, até uma idade bem avançada. (Por exemplo, em um atleta apto, a resistência (endurance) declina apenas 4% antes dos 55 anos.)

Potência e força, no entanto, diminuem muito mais rápido, em grande parte devido à perda de massa muscular.

Dito isto, a seguir estão as principais questões relacionadas à idade, comuns a todos os atletas, à medida que envelhecem.

(Ver o livro, para material adicional não incluído aqui, abrangendo declínio rápido da contração muscular, diminuição da elasticidade, e declínio do limiar de lactato).

Declínio de VO2 máximo
A quantidade de oxigênio que pode ser usado por uma pessoa durante a atividade atlética para produzir energia (V02 máx.) diminui com a idade e não há o que se possa fazer para realmente interromper tal processo.

Algumas estimativas consideram que esse declínio seja tão elevado quanto 1% ao ano, após meados da 3ª década de idade.

Entretanto, muito pode ser feito para retardar esse declínio.

A resposta está nos treinos proativos, de alta intensidade.
Por exemplo, executar sessões envolvendo treinamento intervalado de curta duração e alta intensidade, variando de 30 segundos a 3 minutos (dependendo da condição física), com períodos de recuperação curtos e cada vez menores.


Declínio de massas óssea e muscular

Massa muscular
Os seres humanos começam a perder massa muscular cedo, ao redor dos 30 anos de idade.
Ao atingirem seus 50 e 60 anos, estarão perdendo massa muscular a uma taxa de 10% por década, e ainda mais depois de 70 anos.

A adoção proativa de medidas para aumentar a massa muscular em atletas mais idosos ajuda a prevenir lesões, adicionando força ao corpo, o que permite a execução das técnicas corretas por períodos mais longos (entre outras coisas), e a absorção de impactos repetitivos como resultado da corrida, por exemplo.

O treinamento de resistência pode prevenir a perda de massa muscular e melhorar as células satélite que, por sua vez, permitem a reconstrução dos músculos [saiba mais, neste link].

Um programa de treinamento utilizando levantamento multi-articular de alta intensidade é aquele que melhor beneficiará o corpo.

Além disso, o aumento de proteínas na dieta diária dos Atletas Masters invariavelmente ajudará a aumentar a massa muscular, quando em combinação com treinamento proativo de resistência e de alta intensidade.

Massa óssea
A massa óssea também declina após a idade de 40.

A osteoporose, condição em que os ossos se tornam menos densos e mais porosos (correndo, portanto, maior risco de fratura) afeta 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens.

O exercício pode preservar os ossos e, em alguns casos, construí-los, essencialmente prevenindo ou retardando o surgimento da osteoporose.
Também se faz necessária a nutrição correta, incluindo cálcio e vitamina D, dentre outros.

Treinamento de força e exercícios de alto impacto (como correr) são mais eficazes para a construção de massa óssea, mas também mais arriscados, especialmente para Atletas Masters, devido à sensibilidade do corpo às lesões, à medida que se envelhece.

O exercício também tem de ser especificamente adaptado à região do corpo em que a massa óssea precise ser aumentada.
[...]


Aumento do risco de lesões
À medida que os atletas envelhecem, há um risco muito maior de lesões, devido em grande parte às tendências naturais do corpo quanto a tornar-se, por exemplo, menos flexível e progressivamente mais fatigado com o exercício.

Os tempos de recuperação e de sono precisam ser aumentados com a idade.
Sem essa recuperação adicional, acumulam-se estresse e fadiga adicionais nos corpos mais idosos, aumentando o risco de lesão.

Diminuir o impacto repetitivo sobre o corpo (como nos ossos dos pés e articulações) pode ajudar a reduzir as lesões, da mesma forma que a implementação de um treinamento de baixo impacto mais focado.

Lesões crônicas por "uso excessivo" (overuse) são as mais comuns em Atletas Masters, com algumas fontes afirmando que elas sejam responsáveis por até 70% das lesões em atletas com 60 anos de idade ou mais.


Diminuição de flexibilidade
À medida que envelhece, o corpo se torna menos flexível em tudo, das juntas aos músculos, bem como nos tecidos moles em geral.

A falta de flexibilidade é uma das principais causas de lesões na população mais idosa, sejam atletas ou não.

Um programa estruturado, concebido para manter a flexibilidade, deve ser incorporado à programação de treinamento de todos os Atletas Masters.

Além disto, para os Atletas Masters, também a nutrição pode desempenhar um papel relevante na proteção das juntas contra os danos relacionados à idade.

Um programa deste tipo pode ser obtido através da inclusão de Ioga e de muito alongamento. Isto também pode abranger um aumento nos volumes de alongamento, no aquecimento e no resfriamento de um atleta, juntamente com a interrupção do alongamento no momento apropriado durante um treino (sempre que necessário).

Ainda, as juntas não se tornam apenas menos flexíveis com a idade, mas também perdem muito de sua amplitude de movimento, especialmente quando se permite que o corpo se torne sedentário.
[...]


Maior tempo de recuperação e sono extra
Simplesmente, o fato é que um corpo exige maior tempo de recuperação à medida que envelhece.

Isto pode ser aplicado à recuperação durante os treinos, ou à adição de um dia extra de descanso durante a semana de treinamento regular.

O período ideal para a recuperação regenerativa ocorre enquanto o corpo dorme.
O aumento do período de sono para Atletas Masters, especialmente depois de um treino duro ou competição, ajudará o corpo a se recuperar e a retornar mais forte.

Quanto mais jovens os Triathletas, mais eles odeiam a recuperação.
E quanto mais idosos os Triathletas, mais eles a adoram!

A recuperação é uma parte vital da melhoria de desempenho no Triathlon.

O aumento do tempo de recuperação permitirá que um Triathleta treine livre de lesões por mais tempo, e o ajudará mentalmente com motivação para os próximos treinos mais duros.


Aumento da necessidade de treinamento de alta intensidade e de resistência
É possível retardar ou mesmo interromper os declínios em VO2 máx., massa muscular e massa óssea, limiar de lactato, força e potência, em Atletas Masters, através de exercícios de alta intensidade e treinamento de resistência regulares.

Deve-se programar, uma ou duas vezes por semana, um treino de alta intensidade, como o treinamento intervalado na piscina ou em uma pista de corrida, ou repetições de aclives na bicicleta.

Entretanto, os Atletas Masters devem ter cuidado, pois os exercícios de alta intensidade, inevitavelmente, envolvem o aumento de tensões sobre o corpo, o que aumenta o risco de lesões.

O dia seguinte a um treino de alta intensidade deve ser um dia de descanso, ou um dia leve com treinamento de baixo impacto, tal como um giro de bike com baixa intensidade e baixo volume, ou natação leve.

Conclusão
Não constitui surpresa que muitos aspectos físicos do corpo declinem com a idade.

Por outro lado, em grande parte esse declínio pode ser consideravelmente reduzido, ou mesmo interrompido, com exercícios de alta intensidade e treinamento de resistência regulares.

Manter-se ativo e preservar a flexibilidade nas articulações, músculos e outros tecidos moles, pode ser benéfico também para a longevidade.

Compre "Triathlon para Masters e Além" (Inglês), publicado em 06 de março de 2014, pela Bloomsbury Academic.

Artigo original: Ironman.com
Versão e adaptação: Equipe 3AV


Finalizando, gostaria de acrescentar algo que não vi no texto original: a mente.

De minha parte, como em nenhum momento de minha vida fui uma pessoa sedentária (exceto em períodos de convalescência ou de recuperação de lesões), a cabeça acaba funcionando como se mantivéssemos a mesma idade e, portanto, as mesmas condições físicas forever.

Precisamos ter muito cuidado.

Quantas vezes nós, Triathletas de qualquer faixa etária, após um período de inatividade por qualquer motivo que seja, voltamos a treinar como se não houvéssemos parado um dia sequer, ficando expostos às lesões características típicas resultantes atitude.

Portanto, é necessário também estarmos atentos a tudo o que acontece em nosso corpo, incluindo trabalhar a parte psicológica para aceitar uma queda progressiva de rendimento com o passar dos anos.



Bons e longevos treinos e provas a todos!

3AV
Marco Cyrino