Temperaturas baixas (muito baixas, neste inverno).
Umidade relativa do ar também baixa.
Como isto interfere nas pedaladas e corridas?
Bom, a maioria dos atletas já sentiu os efeitos da baixa umidade (ou, algumas vezes, alta umidade) nos treinos e provas.
Mas, por que isto afeta a performance?
É consenso que a umidade relativa apropriada para atividades esportivas está na faixa de 50% a 80%, sendo 60% o valor mais adequado.
Elevada umidade relativa
Quando a umidade relativa está acima disso, nosso corpo acaba tendo dificuldade em trocar calor através da pele, para refrigerar o corpo.
Simplificando, a pele é a interface entre o nosso "trocador de calor" e o ambiente externo
Com o aumento da temperatura corporal, causado pelo esforço físico, o corpo ativa o "sistema de regulagem de temperatura", no qual o suor desempenha um dos papéis principais.
Este sistema de regulagem não depende somente do suor. Existe uma substancial perda de calor, por exemplo, através do ar expelido pelos pulmões, através da urina, por irradiação direta de calor (quando a temperatura do corpo é superior à do ambiente).
Em contato com o ar, o suor irá evaporar (retirar calor do corpo, através da pele), fazendo cair, ou pelo menos mantendo, a temperatura corporal.
Se a umidade relativa do ar estiver muito alta, o suor não conseguirá evaporar facilmente, prejudicando assim o nosso mecanismo de controle de temperatura.
Baixa umidade relativa
Já, com a umidade relativa muito baixa, os problemas são talvez piores.
Para absorver adequadamente o oxigênio do ar, nossos pulmões precisam de umidade relativa próxima a 100%.
Se a umidade relativa do ar estiver, digamos, a 30%, o corpo irá umedecer esse ar seco inspirado, retirando os 70% faltantes da circulação, e então perderá essa umidade através do ar que expiramos.
Conforme o nível de atividade física, isto poderá fazer com que o resto de nosso corpo fique desidratado.
Além disto, o mecanismo de regulagem de temperatura através do suor também é afetado, uma vez que o corpo prioriza o umedecimento do ar inspirado pelos pulmões, em detrimento do líquido que estaria disponível para suar, prejudicando assim a "refrigeração evaporativa" através da pele.
O ar seco (associado à maior concentração de poluentes atmosféricos, conforme a região) também agride as mucosas (nariz, olhos, garganta), causando irritação e disparando processos alérgicos como asma, rinite, bronquite.
O que fazer?
Ficar a par do nível de umidade do ar, em sua região.
Hidratar-se bem e corretamente, sempre.
Adequar a programação e a intensidade dos seus treinos, em função dessas informações.
Respeitar as respostas de seu corpo, durante as atividades mais fortes e/ou longas.
Marco Cyrino