domingo, 18 de novembro de 2012

Santos: Ponta da Praia em extinção

Como Triathleta, entro no mar de Santos constantemente, para treinos e para provas (sendo as principais: Triathlon Internacional de Santos, Troféu Brasil de Triathlon, várias travessias, Biathlons), além do nosso treinão de fim de ano, iniciando em frente à Igreja do Embaré e indo até o Pirulitão (mais ou menos 3.000 m, ida e volta).

Como surfista, desde a década de 70, quando iniciei com os grandes nomes do surf santista, como Cisco, Almir, Picuruta, Lequinho, Molina, Bolina, Hamilton, Bucão, e muitos outros.

Posso dizer que tenho bagagem para analisar algumas coisas.

Dentre elas, uma me incomoda demais: a erosão na Ponta da Praia.

Simplesmente, esse pedaço da praia de Santos está sumindo e fadado a ser extinto em pouquíssimo tempo, se algo não for feito.

Pode parecer  soberba, mas acho que sei o que deve ser feito.

Já possuía essa opinião formada, e ela me foi praticamente confirmada através de pesquisas que meu irmão Alfredo fez, quando comentei o assunto com ele.


Fatos
A faixa de areia da Ponta da Praia está desaparecendo cada vez mais.

Na década de 70
Na maré baixa, essa faixa ia praticamente até em frente ao Museu de Pesca.
Na maré alta, permanecia em torno da Rua Prof. Afonso Celso de Paula Lima.

Atualmente...
Na maré baixa, dificilmente chega até a Rua Prof. Afonso Celso de Paula Lima.
E na maré alta, já não chega até o Aquário.

E isto depois de várias intervenções da Prefeitura, como colocação de pedras ao longo da faixa de areia que sumiu, construção de muretas onde ainda não existiam, etc.

Santos - 2012 - Vista geral
Praia do José Menino à esquerda - Ponta da Praia à direita


Santos - 2012 - Ponta da Praia - Aquário

  
Santos - 2012 - Ponta da Praia
Trecho entre o Aquário e o Museu de Pesca


Emissário Submarino e Píer

Pois bem, entre 1969 e 1976, foi construído o Emissário Submarino, uma das maiores e melhores obras de saneamento de que já tive conhecimento.

Esquadrinharam a cidade inteira com tubulações de coleta de esgotos, que são conduzidos e despejados em uma estação de tratamento, sendo depois levados por tubulações gigantes submersas, até cerca de 4 km da costa, num ponto de convergência de correntes oceânicas (daí o nome técnico "interceptor oceânico").

O agulhão de rochas (enrocamento protetor das tubulações) do Emissário Submarino passou a ser chamado de “Pier” por nós, surfistas, por haver criado uma bancada de areia que gera ondas perfeitas para o surf.


Plataforma sobre o enrocamento protetor das tubulações do Emissário Submarino


Conclusões oficiais sobre a erosão da Ponta da Praia
Já ouvi muitas vezes que o problema está sendo causado pela dragagem do canal do porto de Santos.

Também já ouvi muitas outras como:
- É uma coisa "natural da natureza"... (sic)
- É Deus que está castigando o ser humano.
- É o “Aquecimento Global”


Fatos aos quais, aparentemente, poucos dão atenção
Paralelamente à erosão da Ponta da Praia, as praias da Joinville (Canal 3), Gonzaga (Av. Ana costa), Posto 2 e Canal 1 vêm sendo, ao longo do tempo, assoreadas, cobertas por camadas de areia, efeito contrário ao que ocorre na Ponta da Praia.

As extremidades dos Canais 3 e 2, há muito tempo, são cobertas totalmente por areia, resultando em intervenções (do meu ponto de vista, grotescas) dos órgãos municipais, usando tratores para retirada desse acúmulo de areia e levando-a sabe Deus pra onde (provavelmente para a Ponta da Praia).
Isto é enxugar gelo.


 Antes de passar à análise, quero mostrar algumas fotos que fiz ontem, para ilustrar os problemas mencionados até aqui, e enfatizar a gravidade da situação.


Imagens da situação atual

Ponta da Praia - desnível entre areia e calçada -
em frente ao Aquário


Ponta da Praia - desnível entre areia e calçada -
em frente à Rua Prof. Afonso Celso de Paula Lima


Ponta da Praia - onde antes havia areia



Percorrendo os canais rumo a S. Vicente
Mureta do canal 6, normal, acima da areia


Percorrendo os canais rumo a S. Vicente
Mureta do canal 5 (ao fundo), normal, acima da areia


Percorrendo os canais rumo a S. Vicente
Mureta do canal 4, normal, acima da areia


Percorrendo os canais rumo a S. Vicente
Mureta do canal 3, assoreada, em nível com a areia



 Percorrendo os canais rumo a S. Vicente
Mureta do canal 2, assoreada, soterrada pela areia
Areia também dentro do canal



 Percorrendo os canais rumo a S. Vicente
Mureta do canal 1, assoreada, desaparecendo



Vista de cima do Píer, olhando para S. Vicente
Ilha Urubuqueçaba à esquerda
Duas pessoas voltando da ilha... a pé...



Vista de cima do Píer, lado de S. Vicente


Vista de cima do Píer, lado de Santos
(mesma linha da foto anterior, no lado de S Vicente)



V o l t a n d o...

Minha vivência
Sou Surfista, Triathleta, Munícipe e observador.

Não sou oceanógrafo, nem formado em qualquer área relacionada a esse fenômeno.

Mas, acompanhei ano a ano a evolução desse problema, seja de fora ou de dentro do mar.

Aprendi a conhecer as marés, correntezas e suas conseqüências.
Passei boa parte da minha adolescência aprendendo a surfar na divisa de Santos e São Vicente, ao lado da Ilha de Urubuqueçaba, quando ainda não existia o “Píer”.

O mar passava “de boa” pelo Canal 1 e pela frente dessa ilha.
Aquele era o melhor local para surfar antes da construção do “Píer”.

Hoje, na plataforma desse Emissário (Píer), existe um parque esportivo / recreativo excelente, com Museu do Surf, pista de skate, pista de jogging, arquibancada e palanque para campeonato de surf, banheiros públicos, etc.

Aproveitamento da plataforma do Emissário Submarino

Enfim, o Píer está incorporado ao mapa da cidade.

Diálogo evidenciando a "incorporação"
Outro dia, observando a galera surfar, lá do alto do Píer, um adolescente travou esse diálogo comigo, depois que um camarada dele caiu, ao descer uma onda:
- Aê, brô...tu viu u drop du Galêgu ?
- Vi... botô pra baixo e sifú...
- Aqui é casca... as onda são buracu. Santus tem esse píer natural que dá até tubu.
- Píer “Natural” ???????
- Éééé... meu pai me falou que aqui sempre deu altas onda.
- Meu... isto aqui é artificial... é um Emissário Submarino para levar a nossa bosta já tratada lá pro alto mar.
- Emissário de quem? Pô! Tu é de que religião ?
- Deixa pra lá...


Tentando ajudar... e desistindo
Há alguns anos, tentei dizer o que penso a alguns representantes do Município, mas fui rechaçado com argumentos evasivos.

Na época (não vou dizer qual), resolvi "deixar quieto".


Tentando novamente...
Há alguns dias, minha mulher, Neuza, me disse ter ouvido que a Prefeitura está trazendo oceanógrafos da USP para tentar descobrir a origem do problema.

Pois bem, vou apresentar minhas conclusões, até mesmo para que possa (talvez) auxiliar nessa questão.

Não é problema de dragagem
Isso é feito desde os primórdios do Porto de Santos e nunca causou esse efeito.

A Praia do Goes, lado oposto do canal do Porto, em frente à Ponta da Praia, está também assoreada, e isto sim pode ter relação com a dragagem.


Santos - 2012 - Praia do Goes
(abaixo, à direita)



Movimento das águas, movimento...

Evidentemente, as linhas traçadas nas imagens a seguir objetivam apenas ilustrar o entendimento "macro" do problema, sem a pretensão de representar as complexidades hidrodinâmicas da Bacia de Santos.

O Porto de Santos possui um canal que recebe e “ejeta” água do mar, em decorrência das marés, e isto ocorre com uma certa "força".

Maré vazando
Quando a maré está vazando (esvaziando), a água sai com bastante força pelo canal do Estuário (perto da Ponta da Praia), em direção ao alto mar.

Essa correnteza, no sentido de São Vicente, arrasta areia desde o canal do porto, passando pela Ponta da Praia, Aparecida, Embaré, e assim por diante, arrastando areia dessas regiões e a depositando nas próximas praias, ou seja, Boqueirão, Gonzaga, Posto 2 (Pompéia), José Menino, etc.

Santos - Maré vazando


Antigamente essa areia não era depositada ali, pois, sem o Emissário, a correnteza continuava paralelamente à praia, até a Ilha de Urubuqueçaba, contornando essa ilha e depositando a areia longo da costa, até as proximidades da Ilha Porchat, em São Vicente.


Maré enchendo
Na maré cheia, o fluxo inverso da correnteza ia recolhendo esse material e o trazendo de volta ao seu local de origem (praias mais á direita, nas fotos), estabelecendo assim o equilíbrio.

Santos - Maré enchendo

O que houve, ao longo do tempo

Após a construção do Emissário, houve simplesmente um bloqueio do fluxo da maré vazante.

Com isso a areia retirada da Ponta da Praia e adjacências (até o Canal 4) passou a ser depositada ao longo das praias do Boqueirão, Canal 3, 2 e 1 (este último mais recentemente).

Quando a maré começa a encher, o bloqueio da correnteza, por ser inverso, faz com que ela passe por trás da Ilha de Urubuqueçaba, e retorne pelo mesmo trecho de praia, mas num volume inferior ao da maré vazante, o restante passando mais ao fundo, mais ao centro da Bacia.

Resulta que a areia depositada ao longo daquele trecho (Canais 1, 2 e 3) não é mais retirada durante a maré enchente (sentido São Vicente - Ponta da praia) para ser devolvida à sua origem.

Simples assim.

Isso acontece pelo mundo inteiro, onde o homem fez intervenções similares a esta.
África do Sul tem vários locais com esse fenômeno.
Aqui pertinho, em São Vicente, houve a mesmíssima coisa.


Maré vazando

Maré enchendo


Solução
Permitir que a natureza volte a atuar como se o Emissário/Píer não houvesse sido construído.

Como?
Remover o Emissário ou Píer?
Impossível.
Já era!

Então... ainda resta uma, custosa, mas, com a tecnologia disponível, creio que seja possível aplicá-la.
Aliás, deve ser mais barata do que outras que venham a ser tentadas.
O Emissário/Píer não vai sair de lá. Fato!

Construir "túneis" no nível do mar, atravessando o enrocamento do Emissário e possibilitando a passagem da correnteza em ambos os sentidos, para que, ao longo do tempo, sem novas obras ou dispêndio de energia (bombeamentos, escavações, transporte de areia etc.), os processos de erosão e assoreamento se invertam naturalmente.

Evidente, a quantidade de passagens, as dimensões dos túneis, seu direcionamento etc. teriam de ser cuidadosamente projetados para preservar a integridade do enrocamento, permitir a passagem do volume adequado de água, prever o comportamento das correntezas ao longo dos anos etc. etc.


Finalizando, espero os técnicos que estão a caminho encontrem a solução definitiva, seja ou não coincidente com esta minha análise,
purquê o bagúio é punk, mano!!!


Leia e veja mais:


Marco Cyrino

34 comentários:

  1. Independente do resultado prático, parabéns pelo trabalho de pesquisa e pela defesa do seu patrimônio natural. Que produza eco!

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    1. Max, penso que é o mínimo que cada um pode fazer para defender aquilo que acredita.
      Honrado pelos parabéns mas torço para que o eco seja enorme no sentido de solucionarem o problema.

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  2. Parabéns pela matéria Marcão...excelente!

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  3. É isso, se nada for feito, meu prédio vira uma palafita! Excelente matéria Marcão. Vamos divlgar para nossas listas para divulgarmos o que está acontecendo.

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    1. Manda bala, brother. Divulgue e esperemos que, como disse o Max, produza eco suficiente para que providências sejam tomadas.
      Pelo que vejo a coisa está sendo levada à sério, caso contrário os órgãos públicos não teriam solicitado ajuda de pessoas competentes da USP.

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  4. Marcão,
    Minha pesquisa se limitou a levantar matérias de suporte para a SUA tese.
    Mesmo quando o bagúio é punk, tu tá bão di réciocínio, mano... rsrsrs

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  5. Fredão,
    Sua pesquisa se "limitou" a levantar matérias, fotos, matérias, editorar...só. Só ? kkkkk
    Valeu pela ajuda, irmão.

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  6. Karacas nas antigas é irado, ta sumindo mesmo...afff Bela matéria guerreiro !!!!

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    1. Valeu, Joka.
      Será que até a última etapa do TB ainda vai ter areia em frente ao Escolástica Rosa ???....kkkkkkkk !!!

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    2. KKKKK....ACHO QUE O INTERNACIONAL DE 2014 VAI SER OSSO....KKKKKKK

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    3. A vantagem de ficar pouca areia é que a corrida do mar até a transição fica mais curta...rsrsrs

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  7. Boa voce citou noite Marcao , sei que que suas hipoteses sao bem claras , mas voce citou realmente oque esta havendo , quando falou de dragagem do porto é isso que esta ocorrendo , com o grande aumento da capacidade portuaria , criaçao de novos atracadouros no lado do Guarujá e para ter a possibilidade de entrada de navios de maior porte , a dragagem local teve que ser em maior quantidade. É bem simples de entendimento , estao deixando o canal mais fundo e retirando tora a areia do fundo e sendo jogada a kilometros de distancia da costa. Com isso ficando mais fundo, tem um escorregamento natural da areia , retirando a da margem. Abços Mosquito , mas uma particularidade que voce nao conhece sobre minha vida... Sou biologo marinho kkkkkkk

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    1. Mosquito,
      Tomara que seja "só" isso pois assim haverá uma forma de equacionar o problema. Coisa para os técnicos.
      Mas algo me intriga: o escorregamento só ocorre na margem de Santos. Na margem oposta, Praia do Góes, ocorre um assoreamento.
      Já dá até para surfar lá quando tem ressaca.

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  8. Grande matéria Marcão.
    Concordo com suas hipóteses e concordo tambem com o que o Mosquito disse.
    Parabéns.
    Abç

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    1. Valeu, Ed.
      Independente da hipótese o que importa é a solução.
      Abraço.

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  9. Que tristeza.
    E aqui querem ou vão construir um resort em uma área de preservação ambiental.
    As leis não servem de nada nesse país.

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    1. Com autorização do IBAMA e tudo ? Vai dizer que é na Prainha ?

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  10. Marcos, sou amiga do Fernando Rocha que te mandou uma msg (aí em cima). Moro em SP (Capital) e fiquei realmente consternada com essa situação e ao mesmo tempo orgulhosa de ver sua preocupação e carinho com sua cidade.
    Penso e espero que tudo isso tenha realmente ECO, até porque é fruto da observação grandes descobertas de físicos e cientistas.
    Parabéns pela matéria e patriotismo.

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    1. Benvinda, Sônia.
      Se você é adepta de triathlon, mesmo que não praticante, espero que goste do site/blog.
      Torçamos para que as causas sejam mesmo identificadas e corrigidas.
      Abraço

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  11. É Marcão, pra nós que corremos na praia todos os dias(ou quase isso), já não lembramos mais qual foi a última vez que chegamos até a rampa da Pta da praia. Minha teoria sobre o assunto, é que um estudo destes, ou obras para a melhoria deste problema, põe quanto no bolso deles?????? Precisamos cobrar sim das autoridades competentes um diagnóstico preciso e uma solução rápida, porque daqui a pouco, vamos pegar a balça em frente ao aquário..
    abraço e´parabéns pela matéria.

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    1. Hahaha...bôa, Renê.
      Pegar a balsa no Aquário é ótimo...pelo menos a fila seria menor...rsrsrs.
      Quanto ao $$$ ir para bolsos indevidos, é o risco do negócio.
      Mas que haja negócio.

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  12. EXCELENTE TRABALHO, MARCO... SEU E DO ALFREDO!
    QUEM COLOCARIA EM PRÁTICA SUAS SUGESTÕES?
    SUGIRO QUE ENVIE TUDO ISSO PARA O PESSOAL DA USP...
    ABRAÇO,
    ANITA DRIEMEIER

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    1. Obrigado, Anita.
      Tenho recebido mensagens de apoio de gente interessada em divulgar e até encaminhar aos órgãos competentes.
      Vamos torcer e fazer barulho....rsrsrs

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  13. Excelente artigo!!! A Ponta da Praia nao pode sumir!!!!

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    1. Obrigado.
      O pior é que da época desta postagem até hoje o problema está se agravando numa velocidade absurda.
      Neste final de semana (04/05/2013) fiz uma corrida pela areia até a frente do Aquário. Simplesmente o nível da areia rebaixou mais uns 30 a 40cm...e os órgãos públicos botam mais pedras e areia como se isso fosse resolver o problema.

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  14. Olá Marcos.

    Estou também muito preocupado com essa perda de faixa de areia que vem se acelerando, veja agora em junho/2013 vários pontos podem servir de referencia para notar que realmente a cota (altura do solo) vem se rebaixando, por ex. a rampa de acesso as embarcações em frente ao aquário a areia baixou tanto que já prolongaram a rampa e pasme mesmo assim hoje existe um degrau que dificulta o acesso de quem vem da areia com um reboque.

    No poste de iluminação ao lado seguindo sentido SV a cota também se revela rebaixada, basta observar que mesmo a base do poste uma proteção de concreto conhecida como "boneca" antes ficava enterrada, agora esta aérea, até o duto das fiações já se mostra na areia.

    Tem ainda aquele mirante em frente ao aquário onde já locou um caixa eletrônico, ali o "desnível" pode ser facilmente observado.

    O pior é que como você já disse, a prefeitura pouco faz, limita-se a construir mais muretas e proteger com enrocamento o avanço das águas.

    Sou um dos que acredita que é dragagem do porto é a responsável por essa perda de areia, ainda que pesem suas observações sobre a praia do góes, penso e é só opinião de leigo mesmo, que pela proximidade como morro e com as rochas o efeito é contrário a ponta da praia que em passado distante era terreno pantanoso e foi aterrado.

    O que poderia solucionar ou atenuar os efeitos, eu acho, seria a construção de um novo quebra-mar ali nas proximidades, traçaria-se uma direção que obviamente não atrapalha-se a navegação, mas que criasse uma espécie de trincheira. Alias salvo engano de minha parte a diferença entre píer e quebra-mar e que o píer é erguido sobre pilares, uma espécie de ponte como o de Mongagua, já quebra-mar é esse enrocamento como temos no josé menino.

    Agora o que eu tenho certeza é que independente de qual a causa ou qual o nome correto da causa o mais importante é a população demonstrar sua preocupação e cobrar as providencias, e nisso foi perfeito marcos, parabéns!

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    1. Caro (infelizmente vc não assinou a mensagem),
      Seu comentário veio em boa hora.
      Neste final de semana novamente passei por lá, correndo pela areia, e não acreditei no avanço da destruição.
      Olhando os outros canais dá para notar claramente o quanto o cenário é preocupante com aumento considerável das situações mencionadas no post.
      Não ouvi mais falar a respeito dos técnicos da USP que estariam fazendo um estudo sobre o problema.
      Continuo sendo cético com relação ao problema ser causado pela dragagem. Continuo acreditando que se a dragagem tem um peso nisso é pequeno, mas o importante, como vc disse, é discutir o assunto.
      Obrigado pelo interesse.
      Quanto ao comentário sobre píer e quebra-mar, você está certo.
      É que no começo, nos idos dos anos 70, a galera que surfava (entre eles eu) se acostumou a chamar (erradamente) o quebra-mar de píer, embora muitos o chamem corretamente de Quebra-Mar.
      Estou enviando o link deste post com os comentários a um amigo cujo pai foi eleito vereador nas últimas eleições.
      Quem sabe a coisa anda.

      Abraço

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    2. Á propósito meu nome é Márcio Ewbank o "anonimato" se deve a praticidade, pois não estava logado em nenhuma das opções de resposta.

      Quanto aos estudos parece que UNISANTA agora conta comum núcleo de pesquisas hidrodinâmicas que desenvolve um estudo na ponta da praia, porém os resultados não são divulgados e a impressão que se tem é que ninguém (além de você)esta atento a questão.

      Espero que realmente "a coisa" ande Marcos senão será o caso de se deflagrar um MOVIMENTO DE APOIO A PONTINHA DA PRAIA, acho que se conseguir alguma divulgação, dificilmente um santista não se envolverá nessa questão.

      Conte comigo, vou passar a acompanhar esse post e modestamente colaborar com o que estiver ao alcance.

      Abraço.

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    3. É isso, Márcio,
      Vamos ver se conseguimos fazer uma divulgação e mexer com a sensibilidade dos órgãos competentes.
      A coisa (deterioração da praia) está evoluindo em progressão geométrica.
      Obrigado pelos comentários.

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  15. Boa tarde Marco,
    Caso seja do interesse, haverá uma audiência pública na Câmara Municipal de Santos, no dia 09 de outubro de 2013, as 19 horas, para tratar deste tema "A dragagem do Porto e o desaparecimento da praia da Ponta da Praia. Tentaremos abordar esta questão e trazer mais informações da Codesp se a dragagem influencia o sumiço da faixa de areia na Ponta da Praia. È aberto ao público. Abs!

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    1. Sério ???
      Excelente notícia. Tenho (seria ótimo dizer "todos temos") muito interesse sim.
      Vou fazer o possível para estar presente.

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  16. Marco

    Boa tarde!
    Não sei se ainda posta no blog, porém gostei muito do que você escreveu. Tenho residencia em Santos, no gonzaga, e estou engatinhando no Triathlon.
    Estou focando na prova Short, com 750m de natação, e vou fazer alguns treinos no mar de Santos. Quero entender qual a melhor forma de treinar, em qual direção seguir, qual o melhor horário, qual correnteza tenho que ficar esperto, enfim, se puder me ajudar , agradeço.
    Abs

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    1. Boa noite,
      Não sei ainda seu nome.
      O Blog continua com posts sendo publicados periodicamente, não na velocidade que eu gostaria devido aos demais compromissos.
      Se der uma "navegada" por ele verá que sempre há postagens em média semanais.
      Quanto a sua questão, posso te dar várias dicas de treinamento no mar em Santos, mas tudo vai depender do seu nível de natação.
      Não sei se já tem alguma assessoria técnica (não, eu não atuo nessa área embora seja formado em Educação Física) mas seria o ideal procurar.
      Os treinos mais tranquilos são realizados na Ponta da Praia, Canal 6, possibilitando uma grande diversidade.
      Pode-se fazer várias séries de idas e voltas até o "Pirulitinho" (aquele "tôco" de farol que restou em frente ao canal) que fica entre 200 e 300m da praia.
      Pode-se também entrar por alí, dar a volta nesse Pirulitinho e ir perpendicularmente a praia até sair no canal 5, 4, 3, 2, 1, dependendo do tipo de treino que pretenda fazer e do seu condicionamento. Eu particularmente gosto muito desse treino.
      Esse treino paralelo à praia é seguro desde que vc. opte por nadar a uma distância da areia que permita que, a qualquer imprevisto, retorne são e salvo à praia.
      Existem grupos que fazem treinos longos até o Farol (em frente à Igreja do Embaré) aos finais de semana, mas esses treinos são para veteranos do mar, uma vez que esse farol fica à aproximadamente uns 1.500m da areia.
      Quanto às correntezas, no percurso paralelo à praia (não longe da areia) não costumam ser fortes.
      Via de regra, com a maré enchendo ela joga sentido Ponta da Praia e com a maré vazando sentido São Vicente.
      Acho que é isso.
      Mantenha contato.
      Abs

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