Continuando a saga, o assunto ainda é futebol.
Nada a ver
com o Blog?
Pode ser.
Talvez a
reflexão final mostre o contrário...
Esta é uma compilação de anotações
e vários e-mails recebidos ao longo do tempo, com lembranças da época em que
éramos moleques.
Num certo momento, notei que
tinha itens suficientes enumerar as...
10 regras do Futebol de Rua - O verdadeiro futebol!
1. Bola
A bola podia ser qualquer coisa remotamente esférica.
1. Bola
A bola podia ser qualquer coisa remotamente esférica.
Até
uma bola de futebol servia.
Na
falta de, usava-se qualquer coisa que rolasse, como uma pedra, uma lata vazia,
ou a merendeira do irmão menor.
2. Traves do gol
2. Traves do gol
Podiam
ser feitas com o que estivesse à mão: tijolos, pedras, paralelepípedos, camisas
emboladas, chinelos, os livros da escola.
3. Campo
O campo podia ser delimitado assim:
-
só até as guias das calçadas
-
uma calçada e a rua
-
ambas as calçadas e a rua
-
nos grandes clássicos (turma da rua A x turma da rua B), o quarteirão inteiro
4. Duração do jogo
O jogo normalmente "virava" em 5 gols, e terminava em 10.
Podia
durar até que a mães nos chamassem, ou até escurecer.
E,
nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.
5. Formação dos times
Variava de 3 a 70 jogadores de cada lado.
5. Formação dos times
Variava de 3 a 70 jogadores de cada lado.
Jogador
ruim ia para o gol.
Perneta
jogava na ponta esquerda ou na direita, dependendo da perna que faltasse.
Usando
óculos... era meia-armador, para evitar os choques.
Obesos
eram beques.
6. Juiz
Não havia juiz.
6. Juiz
Não havia juiz.
7. Interrupções
A partida só podia ser paralisada nestas eventualidades:
a)
Se a bola entrasse por uma janela.
Neste
caso os jogadores deveriam esperar uns 10 minutos pela devolução voluntária da
bola.
Se
isto não ocorresse, deveriam designar voluntários para bater à porta da casa e
solicitar a devolução, primeiro com bons modos, e depois...
b)
Quando passasse na rua alguma garota interessante.
c)
Quando passassem veículos pesados (vide Substituições, item C).
8. Substituições
Eram permitidas substituições se:
Eram permitidas substituições se:
a)
Um jogador fosse levado para casa, pela orelha, para fazer lição.
b)
Um jogador arrancasse o tampão do dedão do pé.
Porém,
nestes casos, o contundido acabava voltando à partida, após utilizar aquela água
santa, da torneira do quintal de alguém.
c)
Ocorresse algum atropelamento.
9. Penalidades
No futebol de rua, a única falta prevista era usar a mão para conduzir ou parar a bola (exceto goleiros, claro).
No futebol de rua, a única falta prevista era usar a mão para conduzir ou parar a bola (exceto goleiros, claro).
Nos
demais "embates diretos", embora houvesse um certo fair play, se
um dos envolvidos saísse com a bola rolando, estava valendo.
10. Justiça Esportiva
Os raros casos de litígio eram resolvidos na porrada, prevalecendo os mais fortes, ou aqueles que pegassem pedras antes dos demais.
Os raros casos de litígio eram resolvidos na porrada, prevalecendo os mais fortes, ou aqueles que pegassem pedras antes dos demais.
Partidas
perdidas, um bom pretexto para marcar revanches.
Pois é... quem
não jogou, perdeu um dos melhores períodos da vida.
É bom lembrar um tempo em que, sem treinamento, com qualquer "equipamento", e com regras um tanto liberais (para dizer pouco... rsrsrs), estávamos sempre prontos a aproveitar quaisquer oportunidades para praticar, ao nosso modo, um esporte de que gostávamos tanto.
Hoje, acrescidas as
exigências dos esportes que escolhemos praticar, e recorrendo até a alguns
improvisos quando necessários, permanece a mesma busca de oportunidades para
praticar e, principalmente, permanecem a mesma vontade e a mesma postura.
Marco Cyrino
Marcao, grandes lembranças. Faltou dizer que o único titular absoluto, era o melhor amigo de todos. O dono da bola quando ela existia!
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ResponderExcluirMarcão,
Reminiscências em conformidade com as 10 regras...
Das poucas vezes em que joguei futebol de rua, só me lembro que havia um acerto da molecada, na hora de escolher os times:
Eu e um tal de Eloy jamais poderíamos estar no mesmo time, pois éramos os maiores "quebradores" do pedaço.
Cada um em seu time, ficávamos quase sempre na defesa... não havia posições claramente definidas, mas, como não passavam bola pra gente, só havia a opção de TIRAR (literalmente) a bola do adversário...
Única vez em que tivemos um "embate" direto, ele havia tirado a bola de alguém e veio pro ataque... só estava eu, no fundão... tirei a bola dele (no melhor estilo SCANIA VABIS), mas o cara era bom naquilo que sabia fazer melhor, conseguia ser quebrador inclusive quando atacava...
Foi um CRASH homérico!
Fim e jogo para os dois!
Ganhei um edema na parte frontal da canela.
Semanas seguintes, aprendi a usar a perna esquerda para subir e descer do bonde 19 (que tomava para ir ao Colégio Luiza Macuco), pois a perna direita doía só de encostar o calcanhar no chão.
Espero que ele tb. tenha se f....
Valeu pelas lembranças.
Alfredo