sábado, 3 de agosto de 2013

Instantes de felicidade


Recentemente, li um post do Bessa (Blog do Bessa) intitulado “Have Fun...”.

Dias depois, como um recado ao meu subconsciente, vi um post do Max (Blog do Max) intitulado “Crônica de uma grande inquietude”.

Recomendo a leitura dos dois.
Aliás, recomendo a leitura dos dois Blogs.
Sou fã dos textos deles.

Loucuras?
Esses dois textos têm em comum o efeito de nos fazer pensar a respeito do que nos move para fazermos coisas que, para a maioria das pessoas, parecem loucuras:

Como acordar de madrugada no inverno para ir nadar, pedalar, correr.

Largar a cama quentinha, com um baita frio, para ir pedalar mesmo com uma temperatura baixíssima, às vezes tomando chuva.

Sair para correr em pleno verão, debaixo de um sol de rachar côco, e percorrer algumas dezenas de quilômetros, voltando exaustos.

Passar algumas horas diariamente na piscina ou no mar, treinando natação independentemente das condições climáticas.

E durante as provas?
Seja Short, Olímpico, Long Distance, Ironman.
Sempre dando 100% para poder chegar ao final da prova ciente de ter feito o seu melhor.
Haja sofrimento.
Muito do que poderia escrever aqui, a respeito disso, já está amplamente, e com muita propriedade, dito nos posts mencionados.

Mas não é só no Triathlon

No surf, por exemplo.
O leigo que olha o desempenho de alguém em uma onda média, num dia de sol, temperatura agradável e água quente, tem absoluta certeza de que é um esporte que só traz satisfação, sem nenhum perrengue.

Ele não sabe que o surfista mesmo enfrenta todas as condições de mar, temperatura, vento, tamanho de onda... e por aí vai.

Não é nada agradável tomar um caldo em qualquer situação, seja caindo em determinada manobra, seja atravessando a arrebentação. Tentando sobreviver (literalmente sobreviver) a essa situação.
Determinadas modalidades extremas de surf em ondas grandes (por exemplo, town in - v. abaixo) realmente colocam em risco a vida do surfista.


Também não é agradável ficar esperando a próxima série, em um mar gelado, mesmo com as roupas de neoprene de última geração.

Cordinha quebrada após uma “vaca” lá atrás... sair nadando com roupa de neoprene, tomando várias ondas na cabeça e rezando para que ninguém tenha se “apropriado” de sua prancha.

Outros esportes, como escalada, kaiak em corredeiras, alpinismo, ski em montanhas, paraquedismo, etc. são exemplos da busca por algo que muitos não sabem o que seja exatamente, mesmo colocando suas vidas em risco.

A pergunta é

Para que tudo isso?
Porque tudo isso?

De minha parte, a resposta é: - O que nos move é a busca da felicidade.
Só que ela vem em conta-gotas. Sempre.
E é maior a medida do esforço que fazemos para obtê-la.

O que é uma Ferrari para quem tem 1 bilhão de dólares?
O que é um carro 1980, caindo aos pedaços, para quem ganha 1 salário mínimo por mês?
Com certeza, o dono do carro 1980 está mais feliz com o seu veiculo do que o dono da Ferrari.
Qual o esforço feito para obter a Ferrari, para quem tem um patrimônio enorme?
Qual o esforço feito para obter o carro oitentinha, sem ter patrimônio nenhum?

A felicidade no surf é tanto maior quanto maior for a dificuldade da manobra realizada. Quanto maior for a onda. Quanto mais difícil for obter o melhor resultado.

A felicidade no Triathlon é tanto maior quanto melhor for o seu desempenho na prova em que você focou.

O preço é sempre o esforço despendido na qualificação do atleta com relação a tudo o que está envolvido.

A felicidade é efêmera.  
Mas o que guardamos desses momentos é eterno.
Já dizia um ditado antigo: Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe.

3AV
Marco Cyrino



2 comentários:

  1. Marco, concordo com você. Muito.

    Para mim, a felicidade não é um estado que persiste. Como comentei no texto, a gente pode se sentir triste e isso durar muito.

    Mas a felicidade é uma luta velho. A gente precisa buscar isso por onde pode....(rs).

    E também é uma coisa dificil de definir. Se você se interessar e tiver um tempinho, dê uma olhada nesse video. É bem interessante quando o Daniel Kahneman fala desse assunto...

    E, claro, muito obrigado pelas palavras. Apesar de não escrever em todos os posts, estou sempre aqui...

    http://dharmalog.com/2011/06/10/a-tirania-de-viver-baseado-na-propria-memoria-daniel-kahneman-no-ted-video/

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    1. Grande dica, Vagner.
      Muito interessante mesmo o vídeo. Nem vou comentar muito para que quem quiser assistir tenha suas próprias análises.
      Mas uma coisa é certa: Tudo está bem quando acaba bem. E se não acabou bem simplesmente é porque ainda não acabou...rsrsrs
      Obrigado pelas "visitas".

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