terça-feira, 3 de março de 2015

24º Triathlon Internacional de Santos 2015 - Relato de Prova & Resultados


Categoria endurecendo...
Chequei a lista de inscritos durante a semana que antecedeu a prova e...
Putz! Minha categoria tá osso. Só fera!
Joachim, Edmilson, Juan Vergara, Alejandro e por aí vai.
Um décimo lugar seria de bom tamanho.

Treinos de bike?
Estava confiante em fazer uma boa corrida, uma natação decente e um pedal totalmente sem noção.
A última vez que pedalei em estrada foi no Challenge – 30/11/2014.
Fiz vários treinos no rolo, na academia, e alguns na rua.
Com essas condições de treino, seria muita ilusão pensar em fazer um bom pedal...

Bessaorologia
Na véspera da prova, pouco antes de ir ao Simpósio, começou a cair um dilúvio, com ventos fortes.
Pensei que ao chegar lá (simpósio) iria encontrar o Vagner Bessa (ele sabe do que se trata) e que seria mais uma prova com mar revolto, ventania, etc.

Como não o encontrei, fiquei mais tranqüilo... rsrsrs

Para matar a curiosidade: outro dia estávamos num diálogo facebookiano sobre as provas em condições climáticas ruins e chegamos à conclusão que ele é o responsável...
Basta ele se inscrever... e o tempo vira.

Cheiro de gripe...
Domingo acordei com a garganta arranhando e "cheirando" gripe.
Sabem como é?
Parece que a cada inspiração a gente sente o cheiro dela.

Dia de prova...
Amanheceu meio nublado, mas não estava com cara de chuva.
Na transição, como sempre, muitos amigos, muita confraternização e muita simpatia de vários profissionais. Pena que não cheguei tão cedo quanto gostaria para curtir mais esse clima.

Corri para arrumar minhas coisas, tirar algumas fotos com amigos, e depois entrar no mar para aquecer e ver as condições.

Condições do mar
Havia algumas ondas, mas nada que se comparasse às do ano passado.
Ao contrário, temperatura da água muito boa e praticamente sem correnteza, pelo menos até onde nadei.

Depois, descobri que mais ao fundo, onde estavam as bóias dos amadores, havia uma correnteza (não muito forte) da esquerda para a direita (maré vazante), ou seja, dificultando um pouco a ida da primeira para a segunda bóia e que era a maior distancia a ser nadada.

Embora soubesse que ia "gripar", me sentia bem.

Largadas & Natação dos Prós
07:30h, em ponto, deu-se a largada dos Profissionais.
Estava na areia, e minha largada (1ª dos Amadores) seria às 07:50h.

Fiquei olhando.
Incrível a condição atlética dos Prós.
Os(as) caras  saíram a milhão, correndo pela beira d'água por uns 50 metros ou mais, no sentido São Vicente.
Pensei que não valeria a pena eu dar um pique daqueles, pois teria que ficar uns 10 minutos descansando para poder nadar... rsrsrs

Sempre ficamos olhando os prós nadando para poder balizar melhor nossa estratégia de natação (como se fosse mudar alguma coisa).

E logo saiu do mar o primeiro Pró, para a sua primeira volta.
Todo mundo perguntando quem seria... e o locutor se enrolando também.
Pela corrida falei:
- É o Marquinhos.

E era mesmo.
Ele tem um jeito bem peculiar de correr.
Inacreditável a diferença que ele havia colocado sobre segundo colocado, já na primeira volta.
Nem vi quem era o segundo colocado, mas contei mentalmente uns 40 segundos ou mais.
Isso não é normal numa Prova Olímpica.
O cara (Marcus Fernandes) nadou muuuuito!

Bom... não dava pra ver a chegada da segunda volta, pois nossa largada estava próxima.

Mas, já apostava todas minhas fichas nele, mesmo com Craig Alexander, Tim Don e todos os outros feras na prova.


Natação...
Hora de pensar em mim.

Treinei muito pouco na piscina.
Treinei muito no mar, mas, em ritmo de endurance e não de velocidade.

Precisava usar a inteligência para fazer a "minha" natação e não a dos outros.
Se saísse "na pilha" dos outros, iria quebrar aos 750 m.

Não deu outra.
Comecei minha natação vendo muitos atletas me ultrapassando.
Mantive a atitude tipo "nem aí".

Cheguei à primeira bóia junto com muitos atletas, mas, a maioria na minha frente.

Entre a primeira e a segunda bóia, ultrapassei vários atletas.
Sinal de que minha estratégia estava correta.

Saí bem da água, sem desespero, sem estar "afogado".
Percebi isso ao ultrapassar atletas também na corrida entre o mar e a transição.

Podia nadar mais forte?
Podia.
Valeria a pena?
Penso que não.

Hora de pedalar...
Não quis nem saber.
Coloquei a roda fechada na bike, com pneus tubulares.
É a única prova em que me sinto confiante para fazer com esse tipo de roda.
O percurso é ótimo.
Não teria nada a perder.

Acho que fiz uma boa escolha.
Embora pudesse ter feito um pedal melhor (se houvesse treinado), até que fiz um pedal "decente para meu nível".

Agora, por mais que eu queira, não posso deixar de falar sobre isso.

Ele, o vácuo!
Por ser a primeira largada amadora, normalmente não se formam tantos pelotões.

Mas, ainda assim, vi vários deles, com uns 6 ou 7 atletas, me ultrapassando
Todos grudados... e a gente sabe quando são vaqueiros habituais.
Eles olham mais para trás do que para frente.
Se eu fizer isso tenho certeza de que vou tomar um puta capote.

Mas é de admirar a perícia dos caras pedalando, conversando, olhando para trás para verificar a aproximação das motos de fiscalização como se estivessem numa mesinha de bar, tomando um chopp.

E quando a moto chegava, o pelotão automaticamente ia se desfazendo... e se refazendo à medida que a moto ia embora.
É bonito de ver.
Tudo sincronizado.

Teve um pelotinho que me ultrapassou já na volta.
Eu pedalando a uns 37/38 km/h (na volta, o vento estava ajudando) e o pelotinho me ultrapassou.
Segurei para manter a distancia regulamentar e, de repente, eu estava a 33 / 34 km/h.

Mas, me mantive um pouco assim, achando que talvez estivesse me beneficiando do vácuo deles.
Quando me afastei mais um pouco, percebi que essa era a velocidade deles mesmo. Não queria acelerar, porque estava apostando em uma boa prova na corrida.

Caceta! Não ia fica atrás deles!
Acelerei até queimar as coxas e os ultrapassei.
Fui mantendo uns 36 / 37 km/h.
Uns 2 km à frente, olhei de "esguelha" para trás e...
Surpresa! Estavam todos atrás.
Porra! Pelo menos, vão pegar roda de quem pedala bem!

Para alguns leigos:
Pedalar na Anchieta a 36 ou 37 km/h - sozinho - já é vergonhoso (porque a média geral vai dar no máximo 33 km/h... Aliás, essa foi minha média).

Agora, pedalar a 36 / 37 km/h na roda... é do olho viu?

Vou falar uma coisa... Se eu quisesse pegar uma roda de uns 40 km/h o tempo todo, estava facinho.

Pausa para uma viajada.
Quando peguei o kit no sábado, vi um chip com uma tornozeleira de silicone muito bonita.
Pensei que a tecnologia evolui muito rápido.
Será que, algum dia, teremos um chip de prova que mensure ao vivo e a cores, para os organizadores, as distâncias mantidas pelos competidores no ciclismo, em relação a quem estiver imediatamente à frente ou ao redor?
Com tantos aplicativos, tantos programas, tantos recursos, será isso algo tão difícil? Ou, de repente, seria algo que "jogaria contra" os organizadores?
Quantos vaqueiros fariam provas nessas condições?
Pronto! Já viajei... Deixa eu voltar ao mundo real.

[Nota do Editor, especialista em engenharia de sistemas: Claro que os recursos atuais já permitiriam realizar tal monitoramento, quer com os atuais chips devidamente anabolizados (com baixo custo) para operar sensores "ocultos" (diferentes dos tapetes), ou mesmo com chips acessando sistema GPS (à La Garmin e um pouco mais caros)... utilizando-se softwares especificamente desenvolvidos para esse fim, os quais poderiam, adicionalmente, "garimpar" uma infinidade de outras informações úteis para atletas e organizadores. Seria até um "diferencial competitivo" para a organização que viesse a oferecer tal tipo de recurso.]

Entrando na Av. Conselheiro Nébias (reta final do ciclismo), já comecei a pensar na corrida.
Essa era minha aposta.

Corrida & Chegada...
Pela primeira vez, em muitos anos, havia feito bons treinos de corrida.
Tanto os mais longos, quanto os específicos.
Não estava tão longe da minha meta de finalmente voltar a correr os 10 km perto de 5 min./km.

Saí para correr meio "afogado" (como sempre, depois do pedal).
Achava que estaria passando o primeiro km perto dos 5m40s.
Essa era a minha sensação.
Quando o Garmin marcou 1 km indicou 5m17s.
O segundo km... 5m08s.
O terceiro... 5m00s.
E me empolguei.

Resultado: fechei a corrida em 47m53s, e a prova em 2h31m42s, em sétimo lugar.
Embora a corrida não tenha atingido 10 km exatos (pelo Garmin, deu algo em torno de 9,4 km), fiquei muito contente com meu resultado e com a minha performance.

Quando eu for mais experiente...
Talvez eu nade mais forte, porque saberei que vou me preservar na bike, na roda de alguém, e vou sair ainda mais inteiro para a corrida.
Daí ao pódio é rapidinho...

Que nada! Isso é desculpa!
Na real, fiquei tão ou mais contente do que em 2013, quando cheguei em 3º lugar (o troféu está em local de destaque).
Inclusive, meu desempenho foi melhor, o que mostra que o nível da prova subiu.

Cheiro solidificando...
Após a prova, cheguei em casa, almocei... e o cheiro de gripe se tornou algo sólido.
Nunca vi uma gripe chegar assim... de voadora no peito.
A boa notícia é que, aparentemente, do jeito que ela veio ela tá indo.
Rápida e ligeira.

A vibe...
Para os que gostam de ver a vibe da prova recomendo muito o texto do Professor Silvão:


Resultados, nestes links:





Aloha! Saudações! Até!

3AV
Marco Cyrino



*** Por favor, faça login antes de escrever seu comentário... (problemas do Blogger) ***

12 comentários:

  1. Aí sim, hein !! curti ... rssr ... correu muito, Marcão ... acho que tu tava fugindo da gripe ... hauhauahauah

    Falando sério agora, um amigo de Porto Alegre reclamou de buraqueira no pedal. Como já tem anos que eu não faço essa prova, não imagino onde, mas com a João Pessoa toda recapeada acho que deve ter sido ali pro lado da Rangel Pestana ou no centro.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu, Silvão.
      Acho que foi isso sim...mas depois da prova ela me alcançou...rsrsrs

      Quanto a buraqueira só posso falar que no geral estava melhor que nos últimos anos. Existem alguns pontos críticos como os trilhos que atravessam a João Pessoa (2 x) e na descida para a São Francisco. O asfalto daquela "minhocada" pela Vila Nova não é dos melhores assim como o de alguns trechos da Cons. Nébias.
      Mas nada que possa se chamar de buraqueira.
      Existem trechos piores no percurso do Iron e do Challenge (é o mesmo...kkk) para não falar do TB em Santos e na USP. Isso sim é que é buraqueira.

      Excluir
  2. Muito bom!!!
    Eu adoro o Internacional! Foi meu décimo primeiro.
    Seu relato foi muito bom, sofri um pouco com pelotes também, perdi duas posições que poderiam ter me colocado no pódium para vaqueiros conhecidos, mas isso pouco importa.
    Fui lá, me diverti, encontrei amigos, dei risada e voltei e no final é isso que conta!
    Abração e bons treinos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pô, Beto.
      Eu te vi na prova e não consegui falar contigo.
      Fizestes uma ótima prova. Parabéns.
      O que vale mesmo é a tua penúltima frase: "Fui lá, me diverti..."
      Abraço

      Excluir
  3. Gostaria de comentar a Nota do Editor:
    Já é notório que a possibilidade de monitorar os atletas através dos chips é perfeitamente possível.
    O custo disso é outro assunto. A partir do momento que algum organizador aplicar uma ferramenta dessas será apenas questão de tempo para as outras aderirem. Ou alguém acha que os investimentos em chips nasceram do nada ?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O problema é um só ... qual o percentual de "honestos que verdadeiramente se preocupam" com a questão do vácuo ? porque o organizador visa lucro ... e qualquer ferramenta que possa comprometer a quantidade de atletas nas provas será descartada ...
      E vamos e venhamos ... no triathlon "competindo" a maioria é bem pilantrinha mesmo ... se puderem irão levar uma vantagem mesmo !!

      Excluir
    2. É que eu ainda acredito no "ceromanu".
      Por outro lado, juro que se eu fosse o organizador de uma prova já renomada e tivesse "bala na agulha" como os que organizam essas provas têm e já houvesse uma ferramenta dessas disponível, ah...seria comigo mesmo.
      Acho que a credibilidade que isso traria compensaria até mesmo no curto prazo a perda de algumas (ou muitas) inscrições.
      E estou falando isso do ponto de vista de business mesmo.

      Excluir
  4. Parabéns Marcão!! Íamos assistir a prova mas tivemos um imprevisto..muito legal ver os tempos, e na tua categoria, sétimo lugar não é demérito nenhum...só monstro !! É isso aí brother...

    ResponderExcluir
  5. Parabéns Marcão!! Íamos assistir a prova mas tivemos um imprevisto..muito legal ver os tempos, e na tua categoria, sétimo lugar não é demérito nenhum...só monstro !! É isso aí brother...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Triathleta é como vinho...rsrsrs.
      Sentimos (Neuza e eu) tua falta e da Andréa lá. Vai ficar faltando nossa foto no próximo post que já estou aprontando.
      Abração

      Excluir