quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Tanto lá, quanto cá...


Texto autoral: Neuza Luciane


Nesta época de eleições, escutei e vi postagens de pessoas, conhecidas ou não, dizendo que gostariam de morar "fora" do Brasil.


Em 1998, tive minha primeira experiência no exterior.
Fomos de férias para Cancun.

A viagem foi ótima, o lugar lindo, as praias belas, porém, habitado por seres humanos que, humanos que são, também erram e acertam.

Conhecemos casas noturnas, shoppings, ilhas, enfim, fizemos alguns passeios e vimos: ruas sujas (muito sujas), brigas em ônibus, pessoas querendo tirar vantagens de sua condição social sobre as pessoas mais humildes, que estavam prestando serviços para os turistas...

Resumindo, muito parecido com outros lugares habitados por seres humanos.


Recentemente, tivemos o privilégio de fazer outra viagem para o exterior, desta vez para uma prova de Triathlon em Samorin, Eslováquia.

Eu, 20 anos mais experiente, resolvi observar o outro lado do "maravilhoso primeiro mundo", a Europa!

Em trânsito, passamos por Londres, Viena e Bratislava.
Além das coisas ótimas que existem lá, também tem: lixo nas calçadas (apesar de haver lixeiras espalhadas por todo lugar), pombas nos terminais de transportes, cachorros abandonados, divisão de classes sociais.

Pelo caminho, pude observar que também tem viadutos "pichados" e "grafitados".

Pegamos um trânsito de fazer inveja à Marginal do Tietê em São Paulo, e não era horário de pico. Disse o motorista que o trânsito, ali onde estávamos, era assim todo dia e toda hora.
Trânsito muito parecido com o nosso, aliás: motorista cortando pela direita (não era mão inglesa), motoqueiros ziguezagueando, motoristas falando ao celular o tempo todo. Não conheço as leis de transito de lá, mas vi muitas imprudências juntas. Fiquei impressionada.

Na volta, pasmem! Nosso vôo atrasou cerca de uma hora!
Mas era em Londres!
Como assim?
Devido ao mau tempo. É sim, tem mau tempo lá também.

Para completar as semelhanças, uma atleta brasileira que estava no nosso grupo teve sua bicicleta de prova furtada no estacionamento do super mercado. A bike não foi recuperada e ela teve que fazer a prova com uma bike emprestada.
Nosssaaaaa! Como isto aconteceu?
Pois é. Aconteceu e acontece também no primeiro mundo.
Ah!!! Mas muito menos do que aqui, irão dizer. Mas aconteceu!


Outros fatores dificultam muito morar fora: o idioma, o custo de vida.
Ah, mas receberei em Euro! Dólar!
Mas, as despesas também são pagas ao preço dessas moedas.

Além desses fatores, existem outros dos quais tenho conhecimento nos noticiários, como: guerras urbanas, desastres naturais, terrorismo, lutas pelo poder... Enfim, tudo o que temos aqui, tem lá fora também.

Mas, não estou aqui para julgar nenhuma pessoa e nem tentar convencer alguém sobre morar fora ou não. Apenas estou colocando meu ponto de vista.

Problemas, todas as pessoas têm. Não serão resolvidos mudando de endereço, mesmo que seja para outro país.

Adorei e adoraria viajar sempre para lugares diferentes, mas somente para passar férias, fazer uma prova, visitar algum conhecido.

As pessoas podem me rotular como conservadora, acomodada, privilegiada por levar uma vida confortável, frutos de mais de 30 anos de trabalho meus e mais de 40 anos de trabalho do Marco, ou até falarem que penso assim porque não fui "convidada" a morar fora, ou algo parecido.

Eu sou assim, brasileira, caseira e conformada com o que Deus reservou para mim. Apenas vivo o que a vida me oferece e, ACIMA de tudo, lá fora eu não teria o bem mais precioso, que está aqui no Brasil e é a minha FAMÍLIA.

Além do que, ainda acho que vale mais a pena lutar para consertar ou apenas melhorar as coisas erradas daqui (cujo efeito será para todos), do que simplesmente "fugir" para outro país.

Sou feliz assim.
Fora do Brasil, só a passeio.


3AV
Marco Cyrino


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