terça-feira, 18 de abril de 2017

Ética x malandragem


A respeito da atitude do Rodrigo Caio, no jogo São Paulo x Corinthians.

Para quem não viu ou ouviu, ele simplesmente evitou um cartão amarelo ao adversário (que ficaria suspenso no  2º jogo), ao assumir perante o juiz que havia sido ele a pisar, sem querer, em seu próprio goleiro... e não o Jô (adversário que levara o amarelo).

Ainda, para revolta de alguns/muitos, ao ser questionado após o jogo em que seu time foi derrotado, respondeu brevemente que não fez nada, apenas o certo.

Entre os muitos comentários de torcedores, os quais não levo em consideração, embora reflitam um pensamento comum a muitos brasileiros, um comentário de seu colega de profissão e de time me chamou a atenção.

O zagueiro Malcon, Maycon, Maicon, ou seja lá como se escreve, deu a entender não concordar com a atitude, dizendo algo como:

- "Prefiro ver a mãe do adversário chorando do que a minha" (sic).

Mais abaixo, faço um link deste assunto com o Triathlon.


Este vídeo do Sérgio Cortella fala exatamente sobre como eu penso a respeito desse tipo de situação:

O zagueiro São-paulino Malcon, Maycon, Maicon, sei lá... deveria prestar bastante atenção ao trecho do vídeo em 1m38s. Penso que o faria refletir melhor.




Ouvi o apresentador do SporTV, André Rizek, dizer uma coisa nesse sentido, outra verdade que também vai ao encontro de minha opinião. Algo como:

- "Em minha primeira aula de Ética Jornalística, na faculdade, o professor entrou na classe, se apresentou e disse que não existia ética jornalística. Disse que simplesmente existe ÉTICA. Você não vai colocar um jaleco de jornalista e com ele vestir ética. A ética está em você".


Parece-me que muitos esportistas, para ficar apenas neste segmento, confundem as coisas.


No futebol, por exemplo, o drible é o maior exemplo de "malandragem", "esperteza", no bom sentido. Porque está dentro das regras.
O significado de drible ou finta é enganar, ludibriar o adversário, objetivando um ganho. Mas, volto a repetir, dentro das regras.

Já, a malandragem ou esperteza, no mau sentido, implica em enganar, ludibriar o juiz.

Existem muitos lances conhecidos mundialmente, como o gol de mão do Maradona contra a Inglaterra, na Copa do México de 86, o pênalti cometido por Nilton Santos contra a Espanha, na Copa de 62.

Existem também os lances de simulação de falta e até mesmo de agressões (uma mão colocada no peito de um atleta vira um soco na cara).


No Triathlon, ninguém me disse, mas já presenciei vários "dribles da vaca" de atletas (penso que não são atletas), ludibriando os árbitros (organização), seja encurtando caminho na corrida, no mar, na bike, seja largando antecipadamente em categoria que não a sua... e por aí vai.
Acham-se espertos.

Parabéns ao Rodrigo Caio por um ato que, como ele mesmo deu a entender, não deveria ser digno de parabéns, por ser obrigação.
E meus pêsames aos que acham que ele agiu errado.

Quem sabe, um dia, seja nos esportes (todos), na política, em todas as profissões, em todas as famílias e em todo o mundo, mas principalmente no Brasil, tão carente desse tipo de atitude, possamos não nos indignar e nem mesmo parabenizar esse tipo de ato.


3AV
Marco Cyrino



2 comentários:

  1. Assim eu também espero Marcão!!! Parabéns pelo texto e pelo vídeo, que eu já conhecia mas é sempre bom rever...muito bom!

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