Nem médico, nem engenheiro, nem
advogado.
Na vida, eu só quis ser 3 coisas:
- Jogador
de futebol
- Surfista
- Um bom
profissional, fosse de qual área fosse.
A primeira, fui obrigado a desistir cedo
Tive que
começar a trabalhar com 13 pra 14 anos de idade.
Joguei na
Briosa, a Portuguesinha, depois fui recrutado para o Santos, embora o Papa,
técnico da Briosa, não tenha querido me dispensar.
O Papa era
o melhor técnico que já conheci.
Ele não
falava palavrão.
Ele era o
palavrão.
Só me
chamava de “filho da pu..”, disso e daquilo...
Ele era
phoda... e só estimulava a gente, sem faltar com o respeito... kkk
Coisa que,
hoje em dia, seria impensável.
Mas, tive que trabalhar.
Office-boy na antiga Agência Marítima
Sinárius.
Indo para o Surf...
Nessa fase
da minha vida, estava começando a conviver com o Surf.
Convivi
com o “Velha”, com o Saulo, com o Lequinho (falecido precocemente), com Almir e
Picuruta (da família Salazar), com o Cisco, com Bolina e Molina, com o Pato
Rouco (Cláudio), com o Jacuí, o Pardal e tantos outros que aqui vou ficar
devendo.
Porém, eu
era muito melhor jogador de futebol do que surfista.
Surfista
que ainda sou.
Não tanto
na prática, mas de alma.
E olhem...
Ainda voltarei.
Entretantos profissionais
Esse
período de transição entre surf, futebol e office-boy, me levou a pedir
demissão da Sinárius, porque o dono, o Seu Ney, queria me obrigar a cortar meus
longos cabelos, queimados de sol e água do mar.
Refuguei.
Preferi ser
mandado embora a me sujeitar a cortar minhas madeixas, pois não entendia o que
aquilo tinha a ver com os meus afazeres profissionais, que, modéstia à parte,
realizava muito bem.
Nem um mês
depois, já estava novamente trabalhando, agora na Rodrimar-Eurobrás, como office-boy.
Não me
cobraram cortar os cabelos, mas não teria nenhuma chance de ascensão
profissional lá.
Era ficar
sentado em uma mesa, aguardando a chegada de uma porrada de envelopes para
entregar nas 200 comissárias de despacho existentes no Centro de Santos.
Queria
aprender algo e era simplesmente designado a voltar ao meu lugar para aguardar
os envelopes.
E
trabalhava de segunda a sábado, das 08:00h às 18:00h, inclusive aos sábados.
Bom, já escrevi sobre ser jogador de
futebol e sobre ser surfista e até mesmo sobre o início de minha carreira
profissional.
Agora estou começando a escrever sobre
“Ser Triathleta”.
Distanciamento forçoso do futebol...
Continuei
surfando bastante e jogando futebol em times de várzea da Baixada Santista,
entre eles, o Bandeirantes de Santos e o de São Vicente, o Juventude etc.
Também
fiquei jogando futebol de salão e de praia.
Como isso,
o Triathlon começou?
Começou...
e eu nem sabendo o que era isso.
Começou
depois de eu sofrer uma lesão muito grave no Tendão de Aquiles, jogando futebol
de salão em uma brincadeira de amigos.
Já relatei
isto em outras publicações, em contextos diferentes, como neste post Maléficos profetas midiáticos.
Era tipo
aquelas paradas de jogar um jogo de 10 minutos.
O time que
perdesse saía.
O que ganhasse
continuava e fazia outro jogo de 10 minutos.
Joguei,
acho eu, uns 6 ou mais jogos consecutivos e, finalmente, perdemos.
Saí
exausto e fui direto pro vestiário tomar um banho e colocar uma roupa para
voltar para casa.
Ao voltar
para me despedir dos amigos, um deles gritou:
- Marcão...
entra no nosso time porque só temos 4 jogadores (os demais também estavam
exaustos).
Fominha
que sempre fui, entrei.
Na primeira
arrancada com a bola, senti como se fosse um tiro no meu tendão.
Com o
corpo frio, depois de já ter me banhado...
Enfim, fui
burro, muito burro.
Coitados
dos burros que são muito mais inteligentes do que fui.
Desnecessário
relatar a dor.
Fui levado,
pelo meu ex-sócio Waldir, a um renomado ortopedista que, na época, era o “Pica
das Galáxias” do SFC.
E o cara
me diz o seguinte:
- Volta
aqui amanhã que vou te operar e tu vais voltar a ser um ótimo atleta.
Vais poder
jogar baralho, sinuca, dominó...
Nunca mais
vais ser o mesmo.
Tentando
reduzir a odisséia:
Eu havia
sofrido um rompimento parcial do Tendão de Aquiles.
Caso
fizesse a cirurgia, poderia estar apto a voltar às atividades em 3 meses.
Caso não
optasse pela cirurgia, demoraria aproximadamente um ano ou mais para me
recuperar e, ainda assim, com restrições.
Cabeçudo
que sou e por não ter gostado do “Pica das Galáxias”, optei por não fazer a
cirurgia.
Daí,
fiquei meses e meses manquitolando.
Depois de
um bom tempo passei a nadar e conheci uns bons amigos, os quais mantenho até
hoje.
Mineiro,
Malavasi, Sidney, Baltazar, entre outros.
O Baltazar
me chamava de coxo...kkk Só andava mancando.
Neuzita
foi minha muleta e bengala, durante muito tempo.
Consegui,
muito aos poucos, me recuperar dessa lesão, andando muito por dentro do mar,
com a Neuzita me servindo de bengala.
Voltei a
surfar e até mesmo a dar umas corridinhas, com muita precaução.
Entrando no Triathlon sem perceber
Daí veio o
convite do Mineiro, para que a gente fizesse um Biathlon.
Apenas
500m de natação e 3km de corrida no Gonzaguinha, em São Vicente.
Aceitei o
desafio.
Fiz.
Até
porque, a corrida desse tipo de prova não colocaria em risco meu tendão.
Depois, vieram
outros desafios, como fazer os 10km A Tribuna.
E mais outros.
Daí, veio
o Triathlon.
Primeiro o
Short Triathlon do Troféu Brasil.
Eu com a minha
bike de pedalar na rua.
Depois de
vários, veio o Olímpico, também do TB.
Ganhei na
minha categoria e me empolguei.
Passei a
treinar sério.
Depois de
muitos Olímpicos, o Fernando Rocha me convenceu a fazer o meio de Pira.
Fiz e
quase “marri”... kkk.
E ainda
depois, o Cláudio Miller me convenceu a fazer o Iron.
Fiz só 7
desses... kkk.
Ele se
orgulhava de ter feito 5.
Dei na
cabeça dele com mais de 15 anos de diferença. kkk
Esse cara
é meu amigão até hoje e sempre.
Vieram
várias participações no Internacional de Santos.
Ganhei em
minha categoria, em 2018.
Vieram
também vários meios, do Challenge, o qual também ganhei em 2017 e pude ir para
o Mundial na Eslováquia em 2018.
Um dia, nos idos de 2000 e pouco,
encontrei o “Pica das Galáxias” e pude lhe dizer:
- Lembras
de mim?
Aquele que
tu dissestes que, mesmo depois de operado, iria ser um ótimo atleta de sinuca,
dominó, baralho?
Então...
Só pra te
dizer que, realmente, tu não me operastes, mas eu me tornei um ótimo atleta.
O mote desta postagem é...
Nunca desistam!
Só isso.
(Inspirado em uma publicação de Renê de Moura).
3AV
Marco Cyrino
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Faaaaala Marcão. Bora fazer uma minisérie? Primeira temporada futebol. Segunda temporada surf e terceira temporada o triathlon.
ResponderExcluirQuem sabe a Netflix não se interessa. Abração
Conheces algum diretor ? Só vamos precisar de dublês, né ?....kkkk
ExcluirSaudades meu brother!! Mês que vem tomamos um café pra relembrarmos as histórias dos treinos e provas. Conta a história da vaca ou cavalo, (não lembro) que invadiu sua pousada lá em pirassununga !!! E o tufão em floripa !! Eh eh
ResponderExcluirPourra.......vem aqui em casa que te relembro tudo. Abração.
ExcluirAliás, Fernando, essas duas histórias estão aqui no Blog.
ExcluirParabéns. Sei até que médico foi esse que "desenganou" sua prática de esportes.
ResponderExcluirVivi isso, também.
Espero que você permaneça nessa vibe.
A vida é dura pra quem é mole.
Brigadão, Renê. A vibe continua a mesma. Mas a disposição....quanta diferença....rsrs. Tenho tentado, depois dessa ressaca de pandemia e a preguiça que se apoderou de mim, retornar. Estou me esforçando....mas tá difícil. Abração.
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