terça-feira, 3 de maio de 2011

Triathleta de alma...

Artigo obtido do blog da Saucony, recebido do amigo triathleta Fernando Lobão.

Sem Inscrição, sem medalha, sem camiseta de finisher...em Kona!

O texto abaixo é relatado pelo conhecido Editor da Revista Triathlete Magazine, na edição de Janeiro de 2000. Mitch vivenciou essa história no Havaí em 1998.
“Eu não me recordo do seu nome, mas me recordo do seu rosto. Ele era japonês, e o que vou relatar aqui ocorreu na noite anterior ao Ironman do Havaí, em 1998. Eu estava retornando para o Hotel King Kamehameha, após o jantar pré-prova quando vi ele correndo na Ali’i Drive. Estava escuro e ele parecia estar passando por dificuldades, embora sorrindo com a sua dor.
 


Em um primeiro momento, achei que ele estava fazendo um treino de corrida, porém eu notei uma mulher chorando, e alguns familiares próximos à ela. Quando já estava próximo á eles, ele tropeçou e sua família queria ajudá-lo. Gritos de motivação e aplausos da família tornaram-se mais altos conforme ele se aproximava da pequena linha de chegada marcada no chão, onde seria montado o pórtico oficial de chegada da prova.

Assim que ele cruzou a linha de chegada sua família o abraçou e só então eu percebi o que acontecia. Com um ar de desconfiança, eu perguntei à sua esposa: “Por que você está chorando?” Ela me olhou e disse: É porque ele acaba de fazer o Ironman. Como ele não conseguiu se qualificar, resolveu fazer o percurso sozinho um dia antes. Nós o acompanhamos durante todo dia. Lágrimas escorriam do rosto dela de tamanha emoção, quando se virou e aproximou-se dos filhos. Eu me aproximei do simpático senhor e apertei sua mão. Olhando-me diretamente nos olhos, ele se curvou. Eu me curvei em retorno com respeito, admiração e um pouco de espanto. Queimado pelo sol e exausto, seus braços apoiavam nos ombros de sua esposa e sua filha. Não havia massagem, maca para deitar, sopa para tomar, nenhum barulho de torcida , não tinha camiseta de finisher muito menos medalha para levar para casa. Havia somente a satisfação de saber que ele levou 13 horas e 11 minutos do dia para completar a prova sozinho, por ele e por sua família.

Que tipo de prova pode motivar atletas a competir, mesmo quando não há competição?”

Mais um grande exemplo...

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